O David de Miguel Ângelo não vai cair

Porta-voz dos Museu de Florença assegura que esta obra-prima do Renascimento não está em risco.

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Vincenzo Pinto/AFP

O alerta tinha sido lançado por um estudo feito pelo Conselho Italiano de Investigação (CNR) em parceria com a Universidade de Florença, e divulgado na semana passada. Após sucessivos exames sobre a estabilidade da estátua que se encontra exposta na galeria da Academia de Florença, foram notadas várias “micro-fissuras” nas pernas (em especial na direita) e nos pés, que, de resto, tinham já sido assinaladas na segunda metade do século XIX.

A estabilidade da obra esculpida por Miguel Ângelo em mármore de Carrara no início do século XVI (1501-04), e que é vista como uma das obras-primas do Renascimento, estaria também em causa devido à sua inclinação, que, segundo os especialistas do CNR, é de 5 graus, demais agravada pelo peso de mais de cinco toneladas.

Os riscos de degradação da escultura terão sido aumentados com o facto de ela ter estado exposta, entre a data do seu acabamento e o ano de 1873, ao ar livre e sobre um pedestal não totalmente direito, frente ao Palazzo Vecchio, na cidade.

Segundo Marco Ferri, os dados apresentados na semana passada “não são mais do que a cópia de uma investigação publicada há já seis ou sete anos”, e que não apresentam “nada de dramático”.

O porta-voz dos Museus de Florença acrescentou, de resto, que a estátua “não vai ser deslocada nem colocada sobre nenhum pedestal pneumático”. Não só porque “não será fácil deslocar um colosso como este”, mas também porque “já foram tomadas precauções, como o controlo das vibrações existentes em volta dela”.

Para obviar estes inconvenientes, a Academia de Florença já limitou o número de visitantes diários na sala onde se encontra a obra de Miguel Ângelo – simultaneamente, uma cópia do David foi colocada no seu lugar original na Piazza della Signoria.

 

 

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