Espanha “de luto” pela morte de Tito Vilanova
Imprensa presta homenagem ao ex-treinador do Barcelona. Blatter e outras personalidades já vieram a público prestar condolências.
“Adeus Tito – a tua luta foi uma lição”, titula A Marca numa primeira página inteiramente dedicada ao ex-treinador do Barcelona, sobre o qual o jornal madrileno dedica um suplemento especial de 12 páginas.
“Tito morreu, o futebol chora”, escreve por seu lado o diário As, também madrileno. Tito Vilanova — ex-adjunto de Pep Guardiola no Barcelona entre 2008 e 2012 e, depois, treinador principal, ajudou a construir “uma bela e vencedora equipa, uma dádiva para todos nós”, escreve Alfredo Relaño neste jornal desportivo.
Braço direito de Guardiola, Vilanova era o homem que estava na sombra do treinador principal, mas nem por isso deixava de ter “a sua própria luz”, observa Relaño. “Depois veio a doença traiçoeira, que ele próprio, o Barça e todos nós quisemos ignorar. Mas estava ali, implacável, decidida a negar-lhe o êxito que ele tanto merecia. Que injustiça!”.
Foi na academia do Barcelona que se formou como jogador e regressaria como técnico àquele clube — primeiro, em 2007, como adjunto de Guardiola na equipa B, e, logo depois, ao lado do treinador na equipa principal, a quem viria a suceder em 2012.
Em sinal de luto, os jornais A Marca, As e o catalão Sport colocaram um laço preto sobre os seus logótipos na primeira página, enquanto o Mundo Desportivo desenhou mesmo uma lágrima a cair do logótipo para a fotografia do treinador, com as palavras “EternoTito”.
“Cruel e prematuramente, La Masía [a academia do Barcelona] que fez nascer o melhor Barça da história pôs a bandeira blaugrana ao peito para dizer adeus e se despedir de um dos seus, um dos maiores e mais amados, Tito Vilanova”, escreve o Mundo Desportivo.
Os jornais generalistas dedicam igualmente uma boa parte da primeira página a Vilanova. “O último jogo de Tito Vilanova”, escreveu o El País para legendar uma foto do treinador; no ABC: “Toda a Espanha de luto pela morte de Tito”; “Tito entra na lenda”, sintetiza o La Vanguardia;
Em editorial, o principal diário generalista catalão lembra que, apesar dos problemas de saúde que já enfrentava (o cancro foi-lhe diagnosticado em 2011), o treinador esteve à frente da equipa do Barcelona na época de 2012-2013, dando ao clube o título de campeão nacional, com um recorde de cem pontos, igualando o resultado do Real na época anterior. “A Liga recorde de cem pontos é a sua herança, mas deixa o sabor agridoce de uma obra incompleta, porque Tito não teve tempo de imprimir toda a sua marca”, conclui Jordi Costa no La Vanguardia.
Reacções à morte
O presidente da FIFA, Joseph Blatter, lamentou a morte de Tito Vilanova, antigo treinador da equipa de futebol do FC Barcelona. "Muita tristeza por saber da notícia. Todo o meu carinho para a família de Tito Vilanova e para o FC Barcelona. Descanse em paz", escreveu Blatter na sua página oficial na rede social Twitter.
Também o Bayern de Munique, actual clube de Pep Guardiola, de quem Vilanova foi adjunto e a quem sucedeu no FC Barcelona, lamentou a morte do antigo treinador, num comunicado escrito em alemão e catalão e assinado pelo presidente Karl-Heinz Rummenigge.
"Com consternação e profunda pena soube o Bayern Munique da morte de Tito Vilanova. O antigo treinador do FC Barcelona veio, na temporada passada, com a sua equipa a nossa casa e aprendemos a conhecê-lo e valorizá-lo como grande treinador e uma pessoa maravilhosa", lê-se.
Rummenigge lembrou também a relação, "mais do que de trabalho", que unia Guardiola a Tito Vilanova, revelando que o clube vai guardar este sábado um minuto de silêncio antes do encontro com o Werder Bremen, da Liga alemã.