"Qual é a pressa?", interroga o PSD quando a invasão da escadaria do Parlamento volta à baila

Inspectora-Geral da Administração Interna invocou sigilo para não dar esclarecimentos sobre inquérito e processos disciplinares que impendem sobre agentes das forças de segurança.

Foto
Manifestação das forças de segurança de 21 de Novembro de 2013 Bruno Simões Castanheira

Passaram cinco meses sobre a noite em que agentes das forças de segurança em protesto contra o Orçamento de Estado de 2014 invadiram a escadaria do Parlamento, depois de terem transposto o cordão policial dos agentes da PSP destacados para vigiarem a manifestação. Na sequência desses acontecimentos, o director nacional da PSP foi demitido, mas para o seu lugar o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, escolheu nem mais nem menos que um dos responsáveis operacionais pelo dispositivo policial da manifestação.

Confuso? Foi para lançar alguma luz sobre estes factos que os deputados socialistas chamaram esta terça-feira à comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias a inspectora-geral da Administração Interna, Margarida Blasco. Não contavam era que a magistrada invocasse o sigilo em que está, segundo disse, imerso todo o processo para se escusar a prestar qualquer esclarecimento. Também não estavam preparados para a ouvir dizer que os prazos legais para terminar o inquérito e os processos disciplinares levantados a dois agentes “não são peremptórios”, pelo que é impossível dar uma ideia, ainda que vaga, sobre quanto isso poderá suceder. Perante a insistência de socialistas e também de comunistas, que glosando a presidente do Parlamento se queixaram dos “elevados níveis frustracionais” que lhes provocava a falta de resposta, Margarida Blasco deixou apenas uma promessa: “Eu vou-vos [sic] dar essas conclusões. E podem ter a certeza que estes processos não vão ser suspensos nem prescrever”. Telmo Correia, do CDS, não resistiu a atirar à cara dos deputados do PS o seu “inconseguimento” nesta audição.

Pode ser coisa para mais uns seis meses, admitiu, à saída, o subinspector-geral da Administração Interna. Deixou, porém, uma ressalva: “A não ser que seja necessária alguma perícia  psiquiátrica. Aí pode demorar mais tempo”.

 

 

 

 

 

Sugerir correcção
Comentar