Isabel Jonet critica desempregados que passam o tempo agarrados ao Facebook

Redes sociais são dos maiores inimigos de quem não tem trabalho, avisa presidente do Banco Alimentar Contra a Fome.

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Para Jonet, passar o tempo todo no Facebook é viver “uma vida que é uma total ilusão” PÚBLICO
Numa entrevista ao programa Terça à Noite, da Rádio Renascença, Isabel Jonet criticou quem não tem trabalho e fica “dias e dias inteiros agarrado ao Facebook, ou a jogos ou a falsos amigos que não existem”, vivendo “uma vida que é uma total ilusão”, quando podia participar em acções de voluntariado que lhe aumentassem as chances de arranjar emprego. Nas redes sociais, observou a mesma responsável, os desempregados caem no engano de pensar que estão a trabalhar, “por estarem agarrados ao computador”. 

Estas declarações já começaram a gerar alguma polémica, embora menor do que aquelas que, em Novembro de 2012, fizeram surgir uma petição a pedir a sua demissão do Banco Alimentar contra a Fome. Na altura, Isabel Jonet havia defendido que não existia miséria em Portugal e que os portugueses tinham de aprender a viver mais pobres: “Se não temos dinheiro para comer bifes todos os dias, não podemos comer bifes todos os dias. E esse empobrecimento é porque comemos bifes todos os dias e achávamos que podíamos comer bifes todos os dias e não podemos”. Na mesma ocasião aproveitara para criticar os seus filhos, por lavarem os dentes com a torneira aberta em vez de usarem um copo.

Noutra entrevista em que foi questionada sobre as crianças que chegam com fome à escola, a principal responsável pelo Banco Alimentar referiu que tal se devia à não responsabilização e à falta de tempo dos pais.

José Bancaleiro, director executivo da Stanton Chase Portugal, empresa especializada em recrutamento de executivos, sublinha a forma como, ao contrário do que pensa Isabel Jonet, as redes sociais facilitam a procura de emprego. “E a maioria dos empregos está nos portais electrónicos”, acrescenta este voluntário do Banco Alimentar, para quem o maior inimigo dos desempregados é mesmo a falta de emprego.

“Não podemos ser tão extremistas”, comenta Nuno Troni, gestor executivo em Portugal da empresa de recrutamento Michael Page, a propósito das declarações de Isabel Jonet. Se as redes sociais podem proporcionar o mais puro ócio, podem igualmente ser uma das ferramentas mais importantes para detectar oportunidades de emprego ou para procurar activamente trabalho, assinala, dando como exemplo o LinkedIn, rede vocacionada para os contactos profissionais.

 

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