ADN liberta japonês que estava há 46 anos no corredor da morte
As confissões forçadas são uma prática da polícia japonesa, denuncia a AI.
Hakamada, que tem 78 anos, confessou os crimes após 20 dias de interrogatórios durantes os quais foi espancado. Mais tarde, em tribunal, retirou a confissão e denunciou a tortura.
Forçar confissões é uma prática comum no Japão, refere a BBC. Num comunicado, a Amnistia Internacional (AI) diz que Iwao Hakamada era, provavelmente, o prisioneiro há mais tempo no corredor da morte em todo o mundo.
"Se há um caso que merece voltar a ser julgado, é este. Hakamada foi condenado com base numa confissão forçada e as provas de ADN levantaram muitas dúvidas [sobre a sua culpa]", disse à estação de televisão britânica Roseann Rife, investigadora para a Ásia da AI.
Hakamada era pugilista quando foi acusado de matar, à facada, o patrão e a família deste numa fábrica de soja em Shizouka, em 1966.
Os advogados de defesa que conseguiram reabrir o caso provaram em tribunal, com análises de ADN, que o sangue nas roupas identificadas como do assassino não é de Hakamada. O juiz mandou libertar o preso — "É injusto mantê-lo na prisão uma vez que a possibilidade de estar inocente é grande" — e decidiu que haverá novo julgamento.