Gmail reforça segurança com tecnologia encriptada para emails

Google anuncia nova medida de segurança após revelações sobre espionagem da NSA.

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Enric Vives-Rubio

O responsável pela segurança do Gmail, Nicolas Lidzborski, explica num comunicado divulgado no blogue do Google, que o Gmail vai ser dotado com uma conexão encriptada HTTPS (protocolo de transferência de hipertexto seguro) que irá impedir o acesso a mensagens enquanto estas percorrem os servidores daquele serviço de email.

O Google explica que essa protecção adicional aos emails dos utilizadores estará activa mesmo quando é feita uma ligação à Internet através de uma rede wi-fi ou o utilizador aceda ao seu computador, telemóvel ou tablet.

Há quatro anos, o Google tornou obrigatória a segurança da ligação entre os browsers da Internet e os próprios servidores do motor de busca. Assim, sempre que os utilizadores enviavam uma mensagem era impossível vê-la enquanto transitava do computador do utilizador para a rede Google. A partir desta sexta-feira, a encriptação vai abranger também as ligações entre as bases de dados da empresa, o que basicamente deverá tornar qualquer email protegido.

“Cada mensagem que seja enviada ou recebida – 100% delas – está encriptada enquanto se movimenta internamente” nos servidores do Gmail mas também nas bases de dados do Google, escreve a empresa norte-americana, sublinhando que estas medidas se tornaram prioritárias “após as revelações do último Verão”.

Em causa estão as revelações à comunicação social pelo antigo analista informático Edward Snowden sobre a Agência Nacional de Segurança norte-americana (NSA, na sigla em inglês). Segundo documentos apresentados por Snowden, a NSA não espiou apenas cidadãos anónimos mas também altas individualidades como a chanceler alemã Angela Merkel ou a Presidente brasileira, Dilma Rousseff. Ainda segundo o norte-americano, a agência teve acesso aos servidores de grandes empresas tecnológicas como a Microsoft, Yahoo, Google, Facebook ou YouTube, bem como a centenas de milhões de SMS e chamadas telefónicas feitas fora dos Estados Unidos, permitindo a análise de conversas que decorreram antes de os alvos da NSA estarem sob suspeita.

O Google e outras empresas tecnológicas entregam informações à NSA e a outras agências governamentais norte-americanas quando estas são pedidas através de uma ordem judicial. Após as primeiras notícias sobre espionagem da NSA, estas empresas têm criticado a actuação da agência e anunciado medidas de reforço da segurança dos seus serviços. Receiam que que os utilizadores diminuam as entradas nesses mesmo serviços por temerem a violação de privacidade pelos serviços de vigilância.

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