Barroso destaca acordo antes das eleições europeias
Barroso diz-se “muito feliz” com acordo. Schulz elogia Elisa Ferreira. Seguro aplaude entendimento, mas diz que fundo de resolução bancária ainda fica aquém do desejável.
O acordo alcançado entre o Parlamento Europeu e os Estados da União Europeia sobre a união bancária vai permitir “estabilizar os mercados financeiros e ajudar à recuperação da economia”, acredita a Comissão Europeia.
Reagindo em Bruxelas ao acordo fechado na última madrugada, que prevê um mecanismo único de liquidação de bancos, Durão Barroso mostrou-se “muito feliz” com o facto de o entendimento ter sido conseguido antes das eleições europeias de Maio.
O mecanismo único de resolução bancária vai complementar o mecanismo único de supervisão, já aprovado, e que, a partir do fim deste ano, dará ao Banco Central Europeu (BCE) poderes de vigilância directa sobre os bancos a zona euro e de outros países que adiram à união bancária. O mecanismo de resolução visa garantir à União Europeia uma capacidade própria de apoio ou de resgate de uma instituição, minimizando custos para os Estados-membros e a economia real.
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, sublinhou o “papel-chave” da eurodeputada portuguesa Elisa Ferreira no acordo alcançado, de que foi relatora. À Lusa, Martin Schulz disse que Elisa Ferreira, enquanto responsável pela posição do Parlamento nas negociações com o Conselho “demonstrou uma enorme competência, liderança e capacidade de fazer avançar as negociações”. “O Parlamento Europeu teve uma excelente equipa de negociação e uma excelente relatora”, disse Schulz, que é também o candidato dos Socialistas Europeus ao cargo de presidente da Comissão Europeia, no quadro das eleições de Maio.
Também o comissário europeu do Mercado Interno, Michel Barnier, enalteceu “o trabalho incansável e o espírito de compromisso revelado pelos co-legisladores”, agradecendo particularmente a Elisa Ferreira. “Este é um passo grande para o alinhamento da supervisão bancária com a resolução bancária, envolvendo todos os responsáveis nacionais. Juntamente com as reformas do sector financeiro nos nossos 28 Estados-membros, a conclusão da união bancária vai por fim a uma era de resgates em massa contribuirá para a estabilidade financeira e criar condições de maior apoio à economia real”, afirmou o comissário francês.
PS elogia acordo, “ainda distante do desejável”
O secretário-geral do PS mostrou-se igualmente satisfeito com o avanço para a união bancária na Europa, “na linha da mutualização”, embora considere o montante de 55.000 milhões de euros do fundo a utilizar em caso de resolução dos bancos “ainda distante do desejável”.
Depois de uma reunião com a bancada parlamentar socialista, Seguro disse que o acordo representa “um avanço em relação à proposta que estava em cima da mesa”. “Esse avanço é perseguido segundo uma linha de mutualização que eu tenho vindo a defender, não apenas para este fundo de resgate, caso necessário para o sistema bancário, mas também para a gestão da nossa dívida", continuou o líder socialista.
Seguro alertou, no entanto, que o montante em causa está “manifestamente” longe do valor “que foi necessário para acudir a uma crise do sistema bancário europeu”.