Mercado de música cai 3,9% (mas a culpa é do Japão)
O relatório apresentado pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica mostra que, excluindo o país responsável por um quinto do mercado global, a quebra seria de uns residuais 0,1%
Em traços largos, é esta a principal conclusão a retirar do Digital Music Report relativo a 2013, ou seja, o relatório anual elaborado pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (FIIF), que foi apresentado esta terça-feira em Londres. Analisando os dados mais pormenorizadamente, assinala-se nova queda nas vendas de música em formato físico, de 56% do total das receitas em 2012 para 51,4% em 2013, e a continuação do crescimento do mercado digital (de 34% do total em 2012 para 39% em 2013). Em mercados de grande dimensão, como são o americano ou europeu, porém, o consumo de músico em formato físico não só parece ter estabilizado como apresenta pequenos sinais de crescimento (0,5% e 0,6%, respectivamente). De destacar também que o vinil, ainda que em valores de nicho perante o todo do mercado, tenha registado um crescimento de 32% nos Estados Unidos e de 101% no Reino Unido.
No universo digital, em contraste com quebras de 2,1% das vendas por download, as receitas recolhidas pelos serviços de streaming ultrapassaram pela primeira vez os mil milhões de dólares, resultado de um crescimento global de 51%, para o qual muito contribuíram mercados emergentes com o brasileiro, argentino ou sul-africano. A FIIF estima que existam actualmente mais de 28 milhões de pagantes de serviços de subscrição como o Spotify ou o Deezer, os líderes de mercado.
“O ano passado, o tema [do relatório] foi a estrada para a recuperação e continuamos nessa estrada”, afirmou Frances Moore, o director executivo da FIIF, na apresentação do relatório, citado pela Billboard. “Porque é que o digo? Bem, a maior parte dos maiores mercados estabilizaram. O digital continua a crescer e as receitas do streaming diversificaram-se. Para além disso, temos o potencial dos mercados emergentes”, concluiu.
Em 2013, os álbuns mais vendidos no mundo foram Midnight Memories, dos One Direction (4 milhões), The Mashall Mathers LP2, de Eminem (3,8 milhões), e 20/20 Experience, de Justin Timberlake (3,6 milhões). O single mais vendido foi Blurred lines, de Robin Thicke (14,8 milhões), seguido de Thrift shop, de Macklemore & Ryan Lewis (13,4 milhões) e de Wake me up, de Avicii (11,1 milhões).