Ordem dos Médicos e associação de doentes contestam sedação em colonoscopias proposta pelo ministério

Ministério da Saúde lembra que sedação realizada por gastrenterologistas é feita há anos em Portugal.

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Centro de convívio vai custar 900 mil euros Rui Soares/Arquivo

Um despacho divulgado na semana passada prevê que todas as colonoscopias realizadas no Serviço Nacional de Saúde (incluindo as que são feitas nas unidades convencionadas com o Estado) passem a ser feitas com sedação, de maneira a reduzir os receios na realização deste tipo de exame. O diploma foi divulgado dois meses depois de ser conhecido o caso de uma doente que esperou dois anos para fazer uma colonoscopia num hospital público.

Mas a Ordem dos Médicos defende que a sedação proposta, feita por gastrenterologistas em vez de anestesistas, pode pôr em risco os doentes. A realização de sedação por gastrenterologista é “desaconselhável porque o médico deve estar concentrado na realização do exame e não com a preocupação acrescida de administração de fármacos que podem desencadear complicações graves e que devem ser utilizados por outro profissional presente, com formação em anestesiologia”, justifica o colégio da especialidade de gastrenterologia  da OM, em comunicado.

Considerando infundados estes receios, o Ministério da Saúde recorda que a sedação realizada por gastrenterologistas nas colonoscopias faz-se há anos em Portugal. “A sedação realizada por gastrenterologistas está disponível na tabela de nomenclaturas e preços do Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde 2007, tendo sido validada pela Ordem dos Médicos”, sublinhou a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), em nota enviada à comunicação social.

 O preço a praticar para a colonoscopia a partir de 1 de Abril nas unidades com convenções com o SNS contempla esta possibilidade, mas “mantém-se a possibilidade do exame ser realizado sem sedação”, lembra a ACSS. Este preço, acrescenta, representa “um enorme esforço orçamental do Ministério da Saúde na resolução de uma dificuldade crónica de acesso ao exame e à detecção precoce do cancro colo-rectal”.  A Direcção-Geral da Saúde ainda vai elaborar, até ao final deste mês, as normas que orientarão a realização destes exames no Serviço Nacional de Saúde, recorda também a ACSS.

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