Recuperação da antiga mina de S. Domingos vai custar 20 milhões de euros

Objectivo é resolver problemas ambientais e recuperar património na antiga mina do concelho de Mértola, desactivada há 48 anos.

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Mina está desactivada há 48 anos António Carrapato/Arquivo

Após vários anos de negociações, a autarquia conseguiu que a EDM, através da nova direcção, "apresentasse vontade de finalmente incluir no seu orçamento e no âmbito do novo quadro comunitário de apoio investimentos necessários para resolver problemas ambientais do parque da mina de S. Domingos", disse nesta segunda-feira à Lusa o presidente da Câmara de Mértola, Jorge Rosa.

Além da recuperação ambiental, os investimentos da EDM na área abrangida pela exploração da antiga mina de S. Domingos, desactivada há 48 anos, prevêem também a "recuperação de algum património e manutenção de outro para que não se deteriore mais", explicou.

Por outro lado, indicou o autarca, os investimentos "vão tornar possível a estratégia de aproveitamento turístico" que a Câmara de Mértola, a Merturis - Empresa Municipal de Turismo e a Fundação Serrão Martins têm para a área de exploração mineira e para a localidade de Mina de S. Domingos.

Neste sentido, técnicos da EDM, da autarquia, da Merturis e da fundação vão criar "um projecto que possa englobar, de forma integrada, as três vertentes", ou seja, resolução de problemas ambientais, recuperação e manutenção de património e aproveitamento turístico do parque da mina de S. Domingos.

O projecto, que "poderá rondar 20 milhões de euros", irá ser executado de forma faseada durante o período de vigência do Quadro Comunitário de Apoio 2014-2020, disse Jorge Rosa. O objectivo é "aproveitar melhor a grande mais-valia" da localidade de Mina de S. Domingos, no concelho alentejano de Mértola, distrito de Beja, "não só pelo seu passado histórico de exploração mineira, mas também por tudo o que se conseguiu criar na zona nos últimos dez anos e que tem vindo a contribuir para que muita gente a visite e frequente", frisou.

Segundo o autarca, os investimentos "vão fazer com que a estratégia de aproveitamento turístico da zona se torne mais eficaz e possa multiplicar o número de visitantes e simpatizantes que a localidade de Mina de S. Domingos tem actualmente".

O projecto será financiado na sua maioria por fundos comunitários, sendo a comparticipação nacional assegurada pela EDM, empresa pública responsável por elaborar e conduzir projectos de recuperação ambiental de zonas degradadas por antigas explorações mineiras abandonadas, disse o autarca. A Câmara de Mértola irá participar no financiamento de intervenções de recuperação de património e de aproveitamento turístico da área.

A mina de S. Domingos, outrora a maior da Europa, era conhecida desde o período romano, mas só começou a ser explorada em termos industriais, pela empresa Mason & Barry, em 1854, quando foi redescoberta por Nicolau Biava, a soldo da La Sabina.

Segundo documentos históricos, foram retiradas 20 milhões de toneladas de cobre durante o período de apogeu da mina, que chegou a ser o maior empreendimento do sector mineiro em Portugal e na Europa até que foi desactivada em 1966, por alegada falta de viabilidade económica.