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PS evita falar em "reestruturação"

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António Galamba acusou o Governo de incapacidade para gerar consensos Daniel Rocha

A direcção do PS aproveitou uma conferência de imprensa sobre o encerramento de repartições de finanças, no interior do país, para destacar os pontos de contacto entre o discurso socialista e algumas das propostas contidas no texto. Sintomático foi o facto da expressão “reestruturação” não ter saído nunca da boca de Galamba.

O secretário-nacional António Galamba fez questão de sublinhar a defesa “da necessidade de haver uma estratégia de crescimento económico, que o PS partilha” e a “necessidade que tem de haver ao nível europeu de uma gestão da dívida pública dos vários países”. “É para isso que o PS tem trabalhado junto dos seus parceiros europeus”, frisou o dirigente socialista.

Horas antes, a direcção do principal partido da oposição reagira a medo na primeira aproximação ao manifesto. As primeiras palavras do conselheiro do secretário-geral, Óscar Gaspar, foram para tentar assinalar as diferenças. “O PS nunca utilizou a palavra reestruturação da dívida”, afirmou Óscar Gaspar ao Jornal de Negócios.

O PS assumiu-se assim mais confortável com a palavra “renegociação”, com Gaspar a repescar - sem se desviar um milímetro - a cassete de Seguro de há meses a esta parte: “O PS tem plena consciência do problema da dívida pública, que se tem agravado fortemente nos últimos anos, e por isso defende uma renegociação das condições associadas aos empréstimos, como aliás já aconteceu, nomeadamente a extensão de maturidades, que deveria ter ido mais longe, e uma redução adicional dos juros pagos.”

Da parte do BE, a opção foi devolver ao primeiro-ministro a acusação que havia feito aos subscritores. "Um primeiro-ministro que diz que quer conseguir no seu país condições que nunca aconteceram em nenhum país do mundo e que diz que a solução que foi utilizada ao longo da história em tantos países [renegociação da dívida] é irrealista é sim um primeiro-ministro irrealista", declarou a coordenadora do Bloco, Catarina Martins.

Por seu turno, o líder da CGTP, assumiu a sua concordância. Arménio Carlos, afirmou que, ou se renegociava a dívida “em tempo útil” para fazer crescer a economia do país, ou Portugal ficaria sujeito à “colonização por tempo indeterminado”. Contudo, afirmou que não subscreveu o manifesto que pede a reestruturação da dívida, divulgado hoje pelo jornal Público, porque “ao que parece, foi encaminhado para determinado tipo de personalidades”. “Cada um assume as suas responsabilidades”, afirmou.