To BOD we thank!

No último sábado, Lansdowne Road vestiu-se de gala para homenagear Brian O’Driscoll que, aos 35 anos, continua a ser um dos melhores jogadores de râguebi do mundo

Em todas as profissões e em qualquer organização há pessoas que se destacam. Que, pela sua qualidade e trabalho, conseguem com regularidade grandes prestações e que, por isso, se tornam conhecidos e importantes nas organizações que representam.

E, acima desses, há outros: os génios!

Aqueles cuja qualidade, forma de estar e performance transcende a organização em que estão envolvidos e se torna um símbolo de toda uma actividade. Aqueles cuja carreira criou novos "standards", elevou o “estado da arte”, deixou um legado para os anos vindouros.

O râguebi, não é excepção. Cada um de nós consegue nomear de cor um conjunto enorme de bons jogadores de um conjunto enorme de países diferentes. Mas, acima desses, há os enormes. Os predestinados. Aqueles cujo nome se confunde com o próprio jogo. E esses são muito poucos.

Mas, sem dúvida, que Brian O’Driscoll é um deles!

No último sábado, o jogador mais internacional da história do râguebi despediu-se do “seu” estádio. Lansdowne Road, vestiu-se de gala para homenagear aquele que continua a ser, aos 35 anos, um dos melhores jogadores de râguebi do mundo.

Um dos três únicos jogadores a fazer quatro “tours” com os Lions, o melhor marcador de ensaios do Torneio das Seis Nações, o irlandês com mais ensaios marcados na história da Heineken Cup e, acima de tudo, um apaixonado pelo jogo e por deixar a camisola num lugar melhor.

Martyn Williams, famoso asa do País de Gales e dos Lions, que se retirou em 2008 depois de mais de 100 jogos pela sua selecção, disse na antevisão dos jogos desta semana sobre O’Driscoll: “Raramente (ou mesmo nunca), falhava uma placagem e o seu trabalho no ‘breakdown’ é a inveja de muitos terceiras linhas. É um jogador muito completo em todo e qualquer detalhe do jogo e sinto-me honrado por ter jogado e participado em ‘tours’ [dos Lions] com este homem. E o melhor de tudo é que vem da ‘velha escola’. Pragmático na derrota, humilde na vitória, e tremendamente divertido fora do campo. Foi um jogador com o qual sempre gostei de apertar a mão e conviver depois das batalhas que travávamos em campo, e tenho de confessar que ele era tão bom fora do campo como dentro dele. Sempre uma excelente companhia!”

Brian O’Driscoll, no último sábado foi considerado o melhor jogador pela organização do torneio. Esteve 62 minutos em campo onde fez coisas que só ele conseguiria fazer, em mais uma exibição para ver e rever.

A expressiva vitória da sua equipa contra a selecção italiana, significa que, na próxima semana, em França, se pode sagrar vencedor do torneio das Seis Nações de 2014. Seria uma despedida à sua altura. Mas, Brian O’Driscoll, está já acima das vitórias e derrotas!

Por tudo o que representa para o jogo, por todos os grandes jogos que nos proporcionou, só me resta dizer: Thank you BOD!

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