Pistorius vomita em tribunal durante descrição da autópsia feita à namorada
Atleta paralímpico sentiu-se indisposto enquanto médico legista descrevia os ferimentos que levaram à morte de Reeva Steenkamp.
Visivelmente perturbado, Pistorius passou grande parte da descrição da autópsia com a cabeça entre as mãos e, em alguns momentos, vomitou. Durante o seu testemunho, o médico legista Gert Saayman descreveu os ferimentos que levaram à morte de Steenkamp, com quatro tiros, a 14 de Fevereiro de 2013, mostrando fotografias da vítima no tribunal de Pretória.
A sessão de julgamento deixou imediatamente de ser retransmitida em directo pelas televisões, rádios e através de tweets de jornalistas, como tem acontecido desde o início do processo, por ordem da juíza Thokozile Masipa, mas não foi decidida a interrupção da audiência.
Além do médico legista, foi ouvido um segurança da residência de Pistorius, uma das primeiras pessoas a chegar à casa do atleta após a morte do modelo. Em resposta a questões colocadas pelo advogado de defesa, Barry Roux, o guarda manteve a sua versão dos factos. Foi ele a contactar primeiro, por telefone, o arguido, depois de ter sido alertado por vizinhos para gritos vindos da casa de Pistorius. “Liguei para o sr. Pistorius e o sr. Pistorius disse-me que estava tudo bem. Mas percebi que o sr. Pistorius estava a chorar. E a chamada caiu”, contou a testemunha. O guarda voltou a contactar o atleta, e mais uma vez este “chorava” e a “chamada caiu”.
Pena de 25 anos
Na sexta-feira, foi ouvida uma antiga namorada de Pistorius. Samantha Taylor contou que, um dia, estava com o atleta num carro conduzido por um amigo do casal quando este foi mandado parar pela polícia por excesso de velocidade. Durante a intercepção da polícia, foi encontrada uma arma no carro, que pertencia a Pistorius. Após ter sido libertado, o atleta e o amigo que conduzia o carro dispararam contra um semáforo, testemunhou a mulher.
Pistorius arrisca uma pena de prisão de 25 anos, se se confirmar que houve premeditação na morte da namorada. A acusação defende que o atleta e o modelo envolveram-se numa discussão violenta antes dos disparos e que Reeva Steenkamp pediu ajuda momentos antes de ser alvejada, como testemunharam alguns vizinhos do casal.
No dia em que se assinalou o primeiro aniversário da morte da modelo, Pistorius emitiu um comunicado a afirmar que tudo não passou de um “acidente devastador”. “A dor e a tristeza, especialmente para os pais, a família e os amigos de Reeva, consomem-me de dor. Vou carregar comigo para o resto da vida a perda de Reeva e o trauma total daquele dia”, afirmou ainda o atleta, que se diz inocente.
Na madrugada de 14 de Fevereiro de 2013, Reeva Steenkamp tinha-se fechado na casa de banho junto ao quarto do casal. Pistorius disparou através da porta quatro vezes com a sua pistola de 9mm. O atleta alega que pensava que a pessoa dentro da casa de banho era um intruso e, por isso, atirou.