Benfica acabou com o trauma à primeira aceleração

"Encarnados" vencem o Estoril e aceleram rumo ao título.

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Os jogadores do Benfica fizeram a festa contra o Estoril Francisco Leong/AFP

Se havia equipa com capacidade para travar o Benfica, era o Estoril. Não apenas pela tal história da última visita à Luz (que poderia funcionar como arma psicológica), mas, sobretudo, pela carreira que os homens de Marco Silva têm feito neste campeonato — um brilhante quarto lugar (que não ficou em causa com a derrota deste domingo) e exibições convincentes contra os “grandes”.

O Benfica não podia entrar a dormir perante uma equipa que não se amedronta nos grandes palcos, e não entrou. À primeira aceleração, os “encarnados” já estavam na frente da corrida e não iriam deixar esta posição até verem a bandeira de xadrez.

Logo aos 6’, após canto marcado por Gaitán, Luisão eleva-se na área estorilista e faz o primeiro do jogo. Não podia ter sido melhor o início de jogo para o Benfica, que fez o golo e continuou a acelerar, não deixando o Estoril, normalmente uma equipa segura, fazer o seu jogo habitual. A partida ficou praticamente resolvida pouco depois. A jogada começa em Lima, que faz o passe para Siqueira no flanco e o lateral brasileiro coloca a bola em Rodrigo que acabou com uma seca de sete jogos sem golos.

Depois de alcançado um resultado mais fácil de gerir, o Benfica deixou que o Estoril tivesse mais posse de bola, mas sem grandes consequências, porque a equipa de Marco Silva não encontrava espaços perante uma defesa benfiquista muito subida. A primeira vez que o Estoril se aproximou com algum perigo da baliza de Oblak foi apenas na segunda parte, aos 51’, com um remate de Bruno Lopes a sair muito por cima.

A bola ainda voltou a entrar na baliza do Estoril, aos 56’, por acção de Lima, mas um dos assistentes do árbitro Paulo Baptista considerou (mal) que o avançado brasileiro do Benfica estava em fora-de-jogo.

O Estoril esteve bem perto de reduzir aos 79’, num livre directo cobrado por Evandro, em que a bola foi desviada pela barreira e ainda bateu no poste antes de sair pela linha de fundo, mas esta foi mesmo a única oportunidade que colocou em causa a inviolabilidade da baliza de Oblak.

Na Luz, não voltaria a haver golos em nenhuma das balizas, mas houve um enorme momento de celebração quando o Vitória de Setúbal marcou o golo que daria o empate no Bonfim frente ao Sporting. A vitória na Luz já estava mais que garantida, mas o fim de tarde trouxe, de Setúbal, o bónus que permitiu aumentar a distância sobre o rival lisboeta de cinco para sete pontos, uma margem de manobra mais do que suficiente para uma equipa que se tem mostrado confiante e irredutível.

Os números são impressionantes e falemos apenas do campeonato, sendo que o Benfica (que tem um compromisso em Londres na próxima quinta-feira com o Tottenham, a contar para a Liga Europa) tem mostrado força semelhante nas outras competições. Depois de um início de época algo engasgado, o Benfica alcançou uma regularidade de resultados e exibições, mesmo depois de ter perdido Matic na reabertura do mercado. Nos últimos cinco jogos, cinco vitórias, oito golos marcados e zero sofridos, uma constância que os adversários não conseguem acompanhar. Depois desta jornada, este já não é um campeonato para os outros conquistarem. É um campeonato que só o Benfica é que pode perder.

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