PSD/CDS apresenta programa eleitoral em jeito de tweets e "101 dálmatas"
Paulo Rangel e Nuno Melo criticam António José Seguro.O oitavo lugar da lista Aliança Portugal será ocupado pela militante do CDS Ana Birrento, soube-se já esta noite.
O objectivo "é que os utilizadores de redes sociais possam fazer passar as nossas ideias", afirmou o cabeça de lista, Paulo Rangel, numa sessão com dirigentes do PSD e do CDS, na qual não chegaram a ser revelados os nomes de todos os candidatos da coligação e que se realizou na ausência de alguns dos candidatos já conhecidos.
“Só este modo de comunicação, 101 ‘tweets’, textos curtos, incisivos, em que cada um deles contem uma ideia, uma mensagem, uma ideia ou uma mensagem portátil, que cada um possa levar para todo o lado, só este manifesto já é todo um programa no seu modo de comunicação”, salientou o eurodeputado, provocando alguns risos na sala de um hotel, em Lisboa.
Da plateia estiveram ausentes os presidentes do PSD e do CDS e não foi divulgado nesse momento a candidata que ocupará o oitavo lugar da lista e que foi indicada pelo partido de Paulo Portas. Só esta noite o perfil e o nome da candidata foram revelados, durante o Conselho Nacional do CDS, convocado para a ratificação da lista. Trata-se da militante Ana Birrento, professora universitária e presidente do centro de distrital da Segurança Social de Setúbal. A hipótese de ser escolhida uma mulher que não integra o grupo parlamentar do CDS nem é dirigente nacional do partido já era admitida à tarde por alguns centristas.
Horas antes de o PS promover a apresentação oficial do cabeça de lista às europeias, também na noite desta quarta-feira, Paulo Rangel acusou António José Seguro de estar “apostado na divisa do ‘quanto pior melhor’” e de “zombar” da imagem de Portugal. O social-democrata desafiou o secretário-geral do PS a explicar - na noite desta quarta-feira, na apresentação oficial de Francisco Assis como cabeça de lista dos socialistas ao Parlamento Europeu - por que razão não tenta um entendimento com o Governo. “Se está tão preocupado [com Portugal], por que não se senta para um acordo, para Portugal sair de forma negociada e com sucesso do programa de assistência”, desafiou Paulo Rangel, depois de condenar o comportamento do líder do PS na visita que fez a Londres, onde proferiu uma comunicação na London School of Economics. E insistiu: “Caro secretário-geral do PS, responda, por favor. Por que vai fazer um retrato negro do país? Ainda por cima, falso e erróneo, que prejudica os portugueses?”
O mesmo recado já tinha sido dado por Nuno Melo, do CDS, em quarto lugar da lista Aliança Portugal. “Choca ver, custa perceber que [Seguro faça isto] no exacto momento em que tudo se joga, em que Portugal quererá terminar o resgate assente em 17 de Maio. Quando externamente reconhecem os resultados, lá fora, no estrangeiro, o secretário-geral do PS faz tudo para dizer o contrário”, acusou o centrista.
Os 101 pontos do programa eleitoral da coligação Aliança Portugal, que Paulo Rangel quer ver espalhados por “telemóvel, computador a computador”, foram resumidos pelo eurodeputado do PSD em cinco prioridades: união bancária; crescimento; comércio livre; políticas demográficas; e financiamento para as regiões ultraperiféricas. O eurodeputado do CDS enumerou nove prioridades, entre as quais incluiu a agricultura. Na arquitectura institucional, Paulo Rangel defendeu o princípio de “mais democracia e mais integração”. Nenhum dos dois respondeu a perguntas dos jornalistas.