Governo da Venezuela retira autorizações de trabalho aos jornalistas da CNN no país

O sinal da televisão colombiana NTN 24 já foi fechado e Maduro disse que vai fazer o mesmo à CNN.

Sobre uma das jornalistas, Patricia Janiot – que faz sobretudo trabalhos de estúdio, de apresentação e entrevistas –, um membro do Governo disse que se trata de “uma senhora especialista em manipulação psicológica e em distorção da verdade”.

No início da semana, uma equipa da CNN foi atacada num bairro de Caracas e todo o material que a equipa tinha consigo foi roubado. O assédio à CNN – além desta equipa da edição em língua castelhana também o repórter da CNN Internacional Rafael Romo perdeu a sua autorização de trabalho – surge depois de críticas feitas pelo Governo à cobertura jornalística da crise na Venezuela. 

A estação refere que manteve a imparcialidade, ouvindo e dando espaço de antena quer ao Governo, quer à oposição e frisa que estava em preparação uma entrevista ao Presidente Maduro. Num comunicado, a CNN pede ao Governo de Caracas que reconsidere as decisões.

Na quinta-feira, Nicolás Maduro anunciara que o sinal da edição da CNN em castelhano – que dá destaque à América Central e do Sul – ia ser cortado na Venezuela. Até à tarde desta sexta-feira, refere a estação, tal não acontecera.

Um jornalista do El País em Caracas diz, na edição desta sexta-feira do jornal espanhol, que na semana passada o Governo cortou o sinal de outra estação de televisão, a colombiana NTN 24, também por não concordar com a cobertura feita à vaga de contestação contra o Governo que decorre em todo o país. A ordem de encerramento do sinal é classificada como uma "decisão de Estado".

Nas televisões venezuelanas, muito controladas pelo regime tal como as rádios, diz o jornalista espanhol, não há notícias sobre os protestos. Maduro tem aparecido nos ecrãs, mas para criticar a oposição e relatar cenas de violência que atribui aos que diz estarem a realizar uma tentativa de golpe de Estado. 

 

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