Breivik ameaça fazer greve de fome se não lhe substituírem a Playstation
O autor do massacre de Utoya afirma estar sujeito a uma “tortura” por causa das condições em que está preso.
Em causa estão reivindicações como a substituição da Playstation 2 pelo modelo mais recente e contactos com o mundo exterior, segundo uma carta enviada esta sexta-feira à AFP.
O homicida de extrema-direita, que está em isolamento desde 2011 por questões de segurança, fez uma lista de doze exigências para que as suas condições penitenciárias estejam em conformidade com as regras europeias.
Breivik pede, por exemplo, a substituição da Playstation 2 à sua disposição por uma PS3 “com acesso a jogos para adultos” que possa escolher, bem como a troca da sua cadeira de escritório “dolorosa” por um sofá.
O detido vai ao ponto de pormenorizar que um dos exemplos de jogos a que tem acesso é o “Rayman Revolution [Rayman 2: The Great Escape] indicado para crianças de três anos”.
Outro dos pedidos é o de um aumento do salário semanal que recebe de 300 coroas (36 euros) para poder suportar os custos das suas correspondências.
Breivik exige ainda o fim das revistas diárias, o acesso a um computador pessoal mais recente que uma “máquina de escrever sem valor com uma tecnologia de 1873”, melhores possibilidades de passeios e a autorização para ter contactos com o mundo exterior.
“Vocês submeteram-me a um inferno”, afirma o assassino condenado a uma pena de 21 anos, com possibilidade de extensão. “Estão perto de me matar”, acrescentou, ameaçando iniciar uma greve de fome se as suas reivindicações não forem atendidas.
“Se eu morrer, todos os extremistas e radicais de direita do mundo europeu irão saber precisamente quem é que me torturou até à morte. Poderá haver consequências para certos indivíduos no curto prazo mas também quando a Noruega voltar a ser um regime fascista daqui a 13 ou 40 anos”, afirmou Breivik, que se considera um “prisioneiro político”.
A 22 de Julho de 2011, Breivik fez explodir uma bomba perto da sede do governo norueguês em Oslo, matando oito pessoas. Mais tarde dirigiu-se para a ilha de Utoya, onde decorria um encontro dos Jovens Trabalhistas, e fez 69 vítimas.
A direcção da prisão de alta segurança de Skien referiu que “ninguém observou qualquer greve de fome” nas instalações prisionais.
Esta não é a primeira vez que Breivik se queixa da prisão onde se encontra. Quando ainda estava na prisão de Ila, o extremista denunciava condições “que violam os direitos do Homem”. Entre elas estava a falta de manteiga suficiente para pôr no pão e o facto de o café lhe chegar frio muitas vezes.