Curiosity caminha por cima de uma duna marciana
Depois de ponderar qual a rota do robô, equipa da NASA que passaria numa duna, para dessa forma evitar caminhos mais perigosos que pudessem danificar as rodas.
A equipa está à procura da rota com menos irregularidade e calhaus, evitando assim danos nas seis rodas do Curiosity, um problema com que se tem deparado. Depois de comandarem o rover para se aproximar da duna e tirar fotografias do que estava para lá do monte de areia, verificaram que aquela rota, em direcção a oeste, era a mais suave. “A equipa da NASA que opera o Curiosity vai provavelmente guiá-lo em direcção a oeste por cima da duna e ao longo do vale com menos perigo de rochas afiadas do que rotas alternativas”, lê-se num comunicado da NASA de segunda-feira.
Na última fotografia colocada na página de Facebook do rover, há 12 horas, observa-se uma vista lateral do cume da duna. A fotografia está acompanhada com a sugestiva citação do fotógrafo norte-americano Ansel Adams: “Há sempre duas pessoas em todas as fotografias: o fotógrafo e o espectador.” No fim da citação, há um repto: “Juntas-te a mim em Marte?”
Desde que o Curiosity chegou ao planeta vermelho, em Agosto de 2012, já viajou 4,89 quilómetros. Os últimos 246,7 metros foram feitos desde o início deste ano. Ao longo do percurso, as rodas de alumínio já sofreram danos devido à força de tracção que o rover teve de fazer ao passar por zonas com rochas. Por isso, os cientistas preferem rotas onde o terreno é menos acidentado.
Durante o último ano e meio, o robô tem-se aproximado da base do Monte Sharp, o destino final, onde analisará camadas geológicas ali acumuladas para procurar moléculas associadas à existência de vida. Mas até lá, foi passando por locais-chaves com interesse para os cientistas.
O próximo local chama-se KMS-9, e está a 800 metros de distância do Dingo Gap, o nome dado ao local da duna. O Curitosity irá fazer mais uma amostragem no KMS-9. “Esta área é atractiva porque podemos ver [por imagens de satélite] unidades de terreno diferentes de tudo o que o Curiosity viu até aqui. Uma unidade tem estrias todas orientadas em direcções similares. Outra é lisa, sem estrias. Ainda não sabemos o que são”, explica Katie Stack, que pertence à equipa científica do Curiosity, da Instituto de Tecnologia da California, em Pasadena, nos Estados Unidos.