Campanha exige libertação de jornalistas da Al-Jazira presos no Egipto
Falta de liberdade de expressão é tão má como no tempo de Mubarak, diz Comité para a Protecção dos Jornalistas.
Houve nesta terça-feira manifestações nas ruas no Quénia, em solidariedade com os jornalistas detidos e sobretudo com o australiano Peter Greste, que residia há muitos anos naquele país. Mas também houve protestos online, em que alguns jornalistas se deixaram fotografar com cartazes e amordaçados, a exigir a libertação dos repórteres presos, que o Ministério Público egípcio anunciou que vão mesmo ser sujeitos a julgamento.
Uma jornalista holandesa procurada pelas autoridades egípcias como participante numa conspiração terrorista, Rena Netjes, conseguiu sair do país. A correspondente do jornal Parool e da rádio BNR chegou esta terça-feira a Amsterdão, graças à intervenção das autoridades holandesas.
“As restrições à liberdade de expressão no Egipto são inquietantes. Jornalistas e universitários são visados por terem simplesmente expresso as suas opiniões”, declarou Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, na conferência de imprensa diária da presidência norte-americana. “Estas pessoas, seja qual for a sua filiação, devem estar protegidas e poder trabalhar em liberdade no Egipto”, recomendou.
Nem se sabe ao certo quantos jornalistas estarão presos no Egipto. O Comité para a Protecção dos Jornalistas, uma organização com sede em Nova Iorque, confirma que pelo menos dez jornalistas estão neste momento encarcerados. “O mais provável é que sejam entre 20 e 25. É uma das maiores repressões sobre os media que vimos em muitos anos”, disse à Al-Jazira Tom Rhodes, desta organização. A situação dos jornalistas e da liberdade de imprensa no Egipto é neste momento provavelmente pior do que durante o regime de Hosni Mubarak, deposto em 2011.