Daniel Bessa renuncia ao cargo de presidente da Assembleia Municipal do Porto

Razões pessoais levam o ex-ministro da Economia a abandonar assembleia.

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Daniel Bessa alegou motivos pessoais para justificar a renúncia à presidência da Assembleia Municipal do Porto Rui Gaudêncio

          

O ex-ministro da Economia do primeiro Governo de António Guterres e uma das figuras dos Estado Gerais renunciou ao cargo por “razões pessoais”. Escolha pessoal do presidente da Câmara do Porto, o independe Rui Moreira, Daniel Bessa deixa a presidência da AMP três meses depois de ter sido empossado no cargo. E a sua ausência tem sido notada.

A ex-secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, do PS, é a número dois na mesa da Assembleia Municipal pelo que presidirá à reunião desta segunda-feira, na qual será anunciada a saída do ex-ministro do PS. Esta não é a primeira vez que Ana Paula Vitorino preside a uma reunião do órgão de fiscalização da Câmara do Porto. A reunião do orçamento municipal, considerada uma das mais difíceis, foi presidida pela número dois da mesa.

Fonte da assembleia disse ao PÚBLICO que Daniel Bessa informou previamente Ana Paulo Vitorino da intenção de deixar a presidência da assembleia, alegando motivos pessoais, mostrando alguma preocupação porque não queria que a sua saída fosse vista como falta de solidariedade para com este órgão.

Com a saída de Daniel Bessa, vai ser necessário eleger uma nova mesa. O primeiro nome proposto será o futuro presidente da AMP.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, garantiu, à margem da sessão da AMP desta segunda-feira, que foi "apanhado de surpresa" com a decisão de Daniel Bessa de abandonar a presidência da assembleia. O autarca recusou que a decisão do histórico do PSD se prenda com algo mais que os motivos pessoais invocados. "Com muita pena minha, perco aquele que esteve comigo desde a primeira hora. É a lei da vida e nenhum de nós está imune a isto", disse aos jornalistas, reiterando que Daniel Bessa invocara razões pessoais para a sua decisão.

Motivos que não convencem a oposição social-democrata do executivo. O vereador Amorim Pereira, também à margem da AMP, disse que Daniel Bessa era "uma peça fundamental" da governação de Moreira e que a sua saída era "o início do desmoronar do projecto" da actual maioria. "Esta saída é um motivo de preocupação para o presidente e é claro que ele não tem motivo para festejar estes cem dias de mandato", disse.

Rui Moreira não quis fazer um balanço dos cem dias de mandato e garantiu que não teve ainda tempo para pensar numa alternativa ao nome de Daniel Bessa. "Soube da sua saída minutos antes da assembleia, encontrar uma alternativa não foi a minha preocupação", disse. O autarca garantiu ainda que nos próximos dias irá reunir-se com Daniel Bessa para lhe "agradecer" o apoio.

Durante a sessão da AMP, Rui Moreira também foi criticado por Belmiro Magalhães, da CDU, por não ter feito qualquer declaração sobre a saída de Daniel Bessa. O presidente da Câmara do Porto insistiu que só teve conhecimento da "resignação" do presidente da AMP "momentos antes do início" da sessão. "O que ele me comunicou foi que o fazia por razões pessoais", disse o autarca.

Moreira justificou ainda o silêncio com o facto de não querer pôr em causa a "separação de poderes", uma vez que não estava prevista qualquer intervenção sua na noite desta segunda-feira. Ironizando com o facto de Belmiro Magalhães ter dito que a saída de Daniel Bessa era a prova de que "nem tudo está bem na nova maioria", Rui Moreira afirmou: "Preocupe-se com a minoria, eu não estou muito preocupado com a nossa maioria".

    

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