Hollande oficializa separação de Trierweiler
Presidente francês anunciou “o fim da vida em comum” com a jornalista, que parte hoje em viagem para a Índia
Os media franceses fervilhavam ontem de notícias antecipando que a separação seria tornada oficial, mas o Eliseu desmentiu a notícia quando ela foi publicada pela BBC. Ao fim do dia, no entanto, o Presidente francês, que não era casado com a sua primeira-dama, comunicou à agência AFP “o fim da sua vida em comum” com ela.
Precisou que se exprimia a título pessoal e não como chefe de Estado: “Trata-se da minha vida privada”, sublinhou. “Faço saber que pus fim à vida comum que partilhava com com Valérie Trierweiler.” Segundo o Journal du Dimanche, Trierweiler não quis assinar um comunicado conjunto.
Não foi propriamente uma surpresa, depois de a revista cor-de-rosa Closer ter revelado o romance com a actriz Julie Gayet, e as visitas nocturnas, numa scooter, a um apartamento perto do Palácio do Eliseu. Hollande tinha prometido uma “clarificação” da sua situação conjugal antes de 11 de Fevereiro, data em que ele e Trierweiler eram esperados em Washington, para uma visita de Estado, em que deveriam ser recebidos pelo casal Obama.
Hollande deverá agora ir aos Estados Unidos como solteiro e sem acompanhante, avança a rádio Europe 1. Na segunda-feira, desloca-se também numa viagem oficial à Turquia.
Não haverá necessidade de nenhuma formalidade jurídica: Hollande e Trierweiler não estavam unidos pelo matrimónio nem por uma união civil. É uma estreia em França: Nicolas Sarkozy, o anterior Presidente separou-se durante o seu mandato, de Cécilia Atlas, mas eles estavam casados.
Os franceses, entretanto, não parecem muito incomodados com a possibilidade de um Presidente solteiro. Aliás, a maioria nem sequer aprecia muito a ideia de ter uma primeira-dama: 54% dos ouvidos numa sondagem do jornal Le Parisien dizem que não querem que haja um papel definido, nem um estatuto oficial, nem meios financeiros atribuídos à esposa (esposo, um dia?) do Presidente.
Mas o anúncio da viagem até Bombaim, que inclui uma visita a um bairro de lata, um almoço com mulheres indianas e um jantar de gala no hotel Taj Mahal sobre o mal-nutrição, gerou um certo incómodo. Não estava Trierweiler tão mal que teve de ser hospitalizada? E quanto custa a viagem?
Segundo a organização não governamental Acção contra a Fome, a viagem de Valérie Trierweiler, jornalista da revista Paris Match, não será paga pelo Estado nem pela associação. O bilhete é oferecido pela Air France e o alojamento será pago por “parceiros privados”, foi avançado na sua conta Twitter, citada pelo Journal du Dimanche.