Ministro diz que UE deve ser ambiciosa na política climática
Jorge Moreira da Silva comenta novo pacote clima e energia anunciado pela Comissão Europeia.
Em declarações ao PÚBLICO, o ministro não quis fazer um juízo de valor sobre as propostas da Comissão - que foram criticadas por ambientalistas e pela indústria das renováveis. Moreira da Silva assinalou apenas que ela vai de encontro às posições de Portugal nalguns pontos, mas afasta-se noutros.
A meta de 40% de redução de emissões até 2030 era o que Portugal e outros Estados-membros defendiam. “Está em linha de conta com o objectivo de reduzir as emissões em 80 a 95% até 2050”, disse Moreira da Silva, referindo-se a um compromisso já assumido pela UE.
O ministro mostra-se satisfeito por ter sido incluído no pacote uma pequena menção sobre a necessidade de aumentar em 10%, no curto prazo, a capacidade de interligações das redes eléctricas entre todas as regiões europeias, o que facilitará a venda de energia renovável a partir de Portugal – dado que a Península Ibérica não estava antes contemplada. O próximo passo, diz Moreira da Silva, é fixar novas metas para as interligações a médio e longo prazo.
Já a meta das renováveis ficou aquém do que Portugal e outros países gostariam – 27% ao invés de 40%. O ministro não quis dizer se ficou decepcionado com a Comissão Europeia. “Limito-me a constatar que existe uma grande diferença em relação à nossa proposta”, afirmou.
Moreira da Silva foi um dos oito ministros do Ambiente e Energia que subscreveram uma carta à Comissão Europeia, antes da apresentação do pacote, a defender metas com mais ambição.
“Se a União Europeia quiser ter uma voz activa no pós-Quioto, tem de apresentar uma visão ambiciosa”, diz o ministro.