Passos não exclui nem inclui ninguém na corrida a Belém
Líder do PSD diz-se surpreendido por Marcelo se excluir da corrida por se sentir visado pela negativa no perfil traçado na moção ao congresso.
Na sua moção, Passos diz que o Presidente deve “comportar-se mais como um árbitro ou moderador, movendo-se no respeito pelo papel dos partidos mas acima do plano dos partidos, evitando tornar-se numa espécie de protagonista catalisador de qualquer conjunto de contrapoderes ou num catavento de opiniões erráticas em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político”.
Marcelo sentiu-se visado e, no seu habitual comentário de domingo na TVI, afastou qualquer possibilidade de avançar, depois de há cerca de quatro meses ter que dito poderia avançar “por dever de consciência” e se verificasse que seria o melhor colocado do seu partido.
“Ele quis excluir, na moção de estratégia, o candidato Marcelo Rebelo de Sousa. O que é perfeitamente legítimo. Está nas suas mãos e ele quis fazê-lo”, afirmou o comentador.
O antigo líder social-democrata diz que esta atitude de Passos “não é surpresa” e defende que o presidente do PSD e primeiro-ministro só agiu assim porque está já confiante numa vitória nas eleições legislativas de 2015. Passos agiu “no pressuposto de que está muito forte em relação às legislativas e portanto, também está muito forte nas suas opções presidenciais”.
A que se soma outra parcela: há a hipótese de Durão Barroso “sobrar de lugares internacionais” e passar a ser uma “hipótese forte a encarar” para o lugar de Presidente – e Passos estará a contar precisamente com isso, acrescentou Marcelo.
“Não definimos o candidato que o PSD vai apoiar. A vontade de candidatura deve partir do candidato”, afirmou Passos Coelho nesta segunda-feira, emTondela, no final da inauguração de um novo complexo logístico da Fresenius Kabi.
O presidente do PSD acrescentou que o perfil traçado na sua moção ao congresso do partido foi feito “muito em torno do que tem sido demonstrado pelo actual Presidente da República no desempenho das suas funções”. E acrescenta que o perfil traçado na moção não ofende, não exclui ninguém, nem inclui ninguém.