Descarrilamento faz quatro feridos na Linha do Douro

Bombeiros alertam para a falta de meios de socorro para eventuais acidentes com comboios de passageiros na linha.

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O alarme para o descarrilamento foi dado às 5h45 Bárbara Raquel Moreira
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O alarme para o descarrilamento foi dado às 5h45 Bárbara Raquel Moreira
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O alarme para o descarrilamento foi dado às 5h45 Bárbara Raquel Moreira

O descarrilamento aconteceu no Juncal, freguesia de Soalhães, Marco de Canaveses, numa zona de linha única, por volta das 5h45. Os feridos foram transportados para o Hospital do Vale do Sousa, em Penafiel. A porta-voz da Refer, Susana Abrantes, disse à Lusa que os funcionários sofreram ferimentos ligeiros mas um deles terá sofrido "uma fractura nos membros superiores".

O comandante dos bombeiros do Marco de Canaveses afirmou que as vítimas do descarrilamento, ocorrido na madrugada desta quinta-feira na Linha do Douro, já se encontravam no exterior da composição quando chegaram os meios de socorro. “As vítimas estavam todas no exterior. Uma foi projectada para fora da composição”, contou Sérgio Silva à Lusa, no local do descarrilamento, que ocorreu entre as estações do Juncal e do Marco de Canaveses.

O comandante precisou que o alarme foi dado às 5h45. “Quando chegámos aqui deparámos com uma situação de desabamento de terras, que arrastou duas ou três árvores, impedindo a passagem na via-férrea”.

Sérgio Silva acrescentou que os quatro ocupantes da máquina de manutenção que descarrilou, todos funcionários da Refer, apresentavam ferimentos. “O descarrilamento causou quatro feridos, sendo um deles aparentemente grave, mas sem risco de vida”, explicou, acrescentando que este tipo de acidentes é raro.

No local, eram visíveis uma grande quantidade de terra e de outros detritos que terão resvalado devido à chuva intensa que caiu durante a noite. Meios da Refer encontravam-se no local.

A circulação ferroviária na Linha do Douro, na zona do Marco de Canaveses, deverá manter-se interrompida por mais “algumas horas”, estando a CP a proceder ao transbordo rodoviário de passageiros na zona onde ocorreu um acidente.

A porta-voz da CP, Ana Portela, disse à Lusa que a circulação entre Porto e Régua e vice-versa está a decorrer, mas com recurso o transbordo rodoviário de passageiros, na zona do acidente.

Já Susana Abrantes, da Refer, precisou que a circulação se manterá interrompida naquela zona por mais algumas horas. “É preciso proceder ao ‘carrilamento’ da máquina acidentada. O comboio de socorro foi accionado de imediato, mas é preciso tempo para chegar ao local. Depois, há ainda que repor a máquina na linha, o que demorará algumas horas”, sustentou.

Os quatro feridos já tiveram alta hospitalar, disse à Lusa fonte do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, em Penafiel.
De acordo com a fonte, cerca das 15h45 foi dada alta ao último dos quatro feridos. Nenhum deles foi considerado grave pelo hospital, o que se confirmou após a realização de vários exames ao longo da manhã. Os funcionários da Refer têm idades compreendidas entre os 46 e os 58 anos. 

O comandante dos bombeiros do Marco de Canaveses também disse à Lusa estar preocupado com a insuficiência de meios para acorrer a uma eventual situação de descarrilamento de um comboio de passageiro na Linha do Douro.
"É sempre uma situação que nos confere um bocado de dificuldade, porque não temos os meios apropriados na eventualidade de existir um acidente para atender a uma situação dessas", afirmou Sérgio Silva.

Para Sérgio Silva, se o acidente desta quinta-feira tivesse envolvido uma composição de passageiros da CP, provocando um elevado número de feridos, os bombeiros teriam dificuldade, por não contarem com meios suficientes. Esse risco, adiantou, "tem sido transmitido" às entidades da protecção civil. "Temos estado todos a trabalhar em conjunto para avaliar a situação e podermos projectar um futuro acidente e estarmos mais preocupados", explicou.

Recentemente, o presidente da Câmara de Lousada também alertou para as questões de segurança naquela linha férrea, sobretudo o túnel de Caíde, frisando ser muito difícil à protecção civil concelhia acudir às consequências de um eventual acidente. Sobre esta matéria, a Refer comunicou à Lusa que a empresa "dispõe de planos de segurança para a infra-estrutura ferroviária nos quais, naturalmente, está incluído o Túnel de Caíde". 

Notícia actualizada às 17h02: Acrescentado o alerta do comandante dos bombeiros sobre os meios de socorro para acidentes na linha e o facto de os feridos já terem tido alta hospitalar