Terminal de cruzeiros de Lisboa entregue a candidato único por 35 anos

Consórcio vencedor, o único na corrida, incluiu grupo português e terá de construir infra-estrutura no prazo de dois anos.

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Privado que ficar com o terminal de cruzeiros vai investir 22 milhões, mas a operação não vai gerar receitas imediatas ENRIC VIVES-RUBIO

A escolha do consórcio liderado pela Global Liman Isletmeleri, que detém 40% do capital do agrupamento, foi anunciada ontem pela Administração do Porto de Lisboa (APL). Num comunicado enviado às redacções, a empresa refere o júri do concurso considerou “por unanimidade, que a proposta se enquadra nos critérios estipulados nos termos do procedimento”. Recorde-se que, quando o procedimento foi lançado em meados de 2013, os requisitos definidos obrigavam, por exemplo, à garantia de um tráfego mínimo de 550 mil passageiros por ano.

O consórcio vencedor, que é composto ainda pelo grupo Sousa (com 30%), pela Royal Caribbean Cruises (20%) e pela Creuers del Port de Barcelona (10%), comprometeu-se a pagar 300 mil euros de taxa à APL e 0,22 euros por passageiro. A administração portuária receberá também a contrapartida por serviços prestados de cerca de 2,5 milhões de euros. E o investimento privado para construir o terminal, que terá de estar concluído nos 24 meses que se seguirem à adjudicação definitiva, será de 22,7 milhões de euros.<_o3a_p>

A gare, cujo projecto é da autoria do arquitecto João Carrilho da Graça, tem cerca de 13 mil metros quadrados de área útil e vai permitir a entrada e saída de passageiros de vários navios em simultâneo. Contará ainda com um restaurante na cobertura, uma pequena zona comercial e espaços verdes. A APL estima que a capacidade máxima do novo terminal seja de 1,8 milhões de passageiros por ano.<_o3a_p>

O consórcio liderado pela Global Liman Isletmeleri foi o único que se apresentou na fase final do concurso. Isto depois de, em Agosto, a APL ter recebido propostas de três agrupamentos. Além do vencedor da concessão, estavam também na corrida um consórcio representado pela Creuers e outro liderado pela Global Ports Holding, que contava também com a portuguesa Mota-Engil. Com o decorrer do processo, houve investidores que decidiram juntar-se ao agrupamento que ganhou o concurso.

Num comunicado divulgado em Dezembro, a administração portuária explicouque devido à “recente reorganização da indústria de cruzeiros na Europa, […] as candidaturas evoluíram para uma só, que procura congregar a experiência e competências que advêm da gestão de vários terminais de passageiros no mundo inteiro e de incluir um dos maiores armadores do mundo e um armador português”.

O único investidor português que integra o consórcio vencedor, o grupo Sousa, é um operador marítimo-portuário, que também opera nos sectores da logística, energia e turismo. Sedeada na Madeira, a empresa tem participações em negócios como a Porto Santo Line, que explora as ligações marítimas no arquipélago, e detém uma cadeia de hotéis. <_o3a_p>

A concessão do terminal de cruzeiros de Lisboa faz parte de um plano mais vasto de reestruturação portuária na capital, anunciado em Fevereiro do ano passado pelo Governo. Além deste concurso, o executivo pretende ainda concessionar a privados a marina de Pedrouços. Estava, aliás, previsto que este procedimento acontecesse antes do concurso da gare de Lisboa, mas tem sido adiado. <_o3a_p>

O plano incluía ainda a transferência dos contentores que hoje são movimentados em Lisboa para a Trafaria, na margem sul do Tejo. No entanto, houve desde o início uma acesa contestação ao projecto. Neste momento, o Governo está ainda a analisar o tema, não havendo decisões definitivas sobre novas localizações ou sequer se os contentores sairão efectivamente da capital.

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