Arquitectos portugueses estão entre os jovens mais promissores

Edição comemorativa da revista italiana Casabella pôs obra do colectivo Forstudio entre as 40 melhores de todo o mundo projectadas por arquitectos com menos de 30 anos

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Forstudio

Foi o “desafio mais importante” que o colectivo de arquitectos Forstudio assumiu até hoje e os quatro meses de trabalho em "fast-forward" para construir o Pavilhão de Portugal na Feira Internacional do Livro de Bogotá de 2013 valeram bem a pena. A obra é a única criação portuguesa entre as escolhas da conceituada revista de arquitectura Casabella, que publica na edição comemorativa dos 85 anos os 40 melhores projectos feitos por arquitectos com menos de 30 anos.

A importância da distinção está bem explicita numa nota introdutória desta edição da revista mensal, que recorda alguns dos arquitectos seleccionados no passado pela publicação nesta mesma categoria: Mies Van der Rohe, Adolf Loos, Paulo Mendes da Rocha, Fernado Távora, Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura ou João Luís Carrilho da Graça são alguns exemplos. 

É uma “enorme honra”, disse ao P3 Ricardo Paulino, que forma a equipa do Forstudio juntamente com Fábio Neves, Ivone Gonçalves e Luís Ricardo. “O facto de estarem a comemorar 85 anos e de [a Casabella] estar associada a nomes como Vittorio Gregotti, autor do CCB e ex-director da Casabella, ou o actual director, Francesco Dal Co, é revelador da sua importância no panorâma das edições de arquitectura”, explicou.

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Capa e página da edição comemorativa dos 85 anos da revista italiana Casabella

Como país tema da edição de 2013 da Feira Internacional do Livro de Bogotá, Portugal lançou um concurso para a construção de um espaço do país no certame. Sob o tema inspirado na frase de Virgílio Ferreira “da minha língua vê-se o mar”, os jovens arquitectos portugueses apresentaram uma proposta “que remetia de forma abstracta para o imaginário do mar, mais concretamente para a ideia de horizonte”.

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Fábio Neves, Ivone Gonçalves, Luís Ricardo e Ricardo Paulino são os arquitectos criadores do ForStudio

O pavilhão mais visitado de sempre

Num espaço com 3000 metros quadrados e um pé direito de 10 metros, as dificuldades de iluminação e de uma boa acústica eram muitas. Solução? “Um tecto coberto de telas penduradas que definiam por um lado o horizonte e por outro marcavam os espaços temáticos. Este tecto resolvia simultaneamente a acústica e a iluminação”, contou ao P3 o jovem arquitecto.

O pavilhão — que tinha um espaço infanto-juvenil, um local para exposições, um auditório, uma livraria e um café — tornou-se mesmo no “mais visitado de sempre da Feira Internacional do Livro de Bogotá”.

O colectivo, criado em 2011, é já a principal ocupação destes quatro arquitectos, que no final do ano de 2012 ainda acumulavam outros empregos e tinham na empresa criada por eles apenas um “complemento”, contaram na altura ao P3. “Foi necessário fazer uma adequação para uma estrutura de trabalho profissional. Mantemos alguns projectos paralelos, no entanto o Forstudio é já a nossa principal actividade”, congratulou-se Ricardo Paulino.

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