José Luis Arnaut nomeado para o conselho consultivo internacional do Goldman Sachs

PS critica "confusão entre política e negócios".

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José Luis Arnaut Luís Efigénio/Arquivo

José Luis Arnaut, que foi também ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional no Governo de Santana Lopes (entre 2004 e 2005) e secretário-geral do PSD, irá ser fazer parte de um grupo de consultores onde está integrado, por exemplo, o ex-presidente do Banco Mundial, Robert Zoelick.

Em comunicado, Robert Zoelick, que preside ao grupo de 17 consultores de que José Luis Arnaut fará parte, diz que o ex-governante “traz um vasto conhecimento e experiência em Portugal, assim como na Europa, Médio Oriente e África”.

Críticas do PS
O PS já reagiu a esta nomeação, criticando a "confusão entre a política e negócios" e referindo que o ex-ministro interveio em privatizações como a dos CTT, em que o banco é accionista.

"Parece-me claro que há um conjunto de privatizações, onde a pessoa que agora é nomeada para a Goldman Sachs esteve presente, de uma forma mais directa ou menos directa", afirmou o secretário nacional do PS António Galamba à agência Lusa sobre o ex-ministro-adjunto de Durão Barroso, num executivo PSD.

O dirigente socialista acrescentou haver um "elemento que está permanentemente em todas as privatizações, é uma evidência factual da participação na privatização quer da ANA, quer da REN, quer na reorganização do Banif, do BCP e também na privatização dos CTT, onde a Goldman Sachs não tem uma participação qualquer, tem a maior participação após a privatização".

Galamba indicou haver uma "mão, que é uma mão permanente e que permite concluir que há uma confusão entre a política e os negócios".

"Há uma permanência, que na nossa perspectiva, quem tem uma participação política, através do comentário, condicionando muitas vezes a vida política, não faz qualquer sentido esta confusão entre a política e os negócios", concluiu.

Arnaut responde
Pouco depois das primeiras críticas do PS, José Luis Arnaut reagiu. "É uma grande confusão. É as pessoas não saberem o que tem de ser visto”, disse o ex-ministro na SIC Notícias: "No escritório de que sou sócio, trabalhámos em várias privatizações para os privados. É natural. Estamos num mercado livre", defendeu.

Sobre as críticas à sua nomeação para o Goldman Sachs, Arnaut contra-atacou: "Quem vê isso é porque é muito pequenino, porque não tem dimensão e não ainda não percebeu a dimensão do mercado e o papel das pessoas no mundo internacional", acusou o advogado, considerando bom haver portugueses "em posições internacionais".