Maioria dos autarcas de Trás-os-Montes recusa concessão total do fornecimento de água
Seis em nove câmaras da Comunidade Intermunicipal não querem o serviço em baixa, ao consumidor, nas mão da Águas de Trás-os-Monte e Alto Douro.
Os nove presidentes de Câmara que constituem a CIM analisaram, em reunião do conselho intermunicipal, em Alfândega da Fé, propostas no sentido de entregarem a concessão do chamado fornecimento em baixa à empresa Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro.
O presidente da CIM, Américo Pereira, adiantou à Lusa que "seis dos nove" autarcas manifestaram-se contra a proposta argumentando que iria "triplicar" o custo da tarifa da água cobrada à população e não faz uma "diferenciação entre o meio rural e urbano".
Segundo o dirigente, os presidentes da Câmara de Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros e Mirandela manifestaram a intenção de aderir, enquanto os restantes discordam da proposta, nomeadamente Vinhais, Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro, Vila Flor e Vimioso.
Américo Pereira, que é também presidente da Câmara de Vinhais, deu o exemplo do seu concelho, afirmando que com a proposta em causa, famílias que pagam actualmente "oito a dez euros, passariam a pagar entre 25 ou 30 euros" por mês.
"Além disso a realidade no meio urbano e no meio rural é completamente diferente" afirmou, sublinhando que nas zonas rurais a água é fundamental em algumas atividades agrícolas, nomeadamente para animais e para regar hortas.
Os autarcas da CIM Trás-os-Montes decidiram contactar as outras duas comunidades de municípios existentes na região, as do Tâmega e do Douro, para "concertarem posições" acerca desta proposta.
Segundo explicou, a empresa Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro é já actualmente responsável pelas infraestruturas e abastecimento de água desde a origem até aos reservatórios da maior parte dos concelhos desta região, o chamado fornecimento em alta.
A proposta que agora está a ser analisada visa entregar à mesma empresa a concessão do fornecimento em baixa, desde os reservatórios à torneira, ou seja a totalidade do processo, com a cobrança da factura ao consumidor, que atualmente está a cargo das autarquias.