Borda d’Água, o almanaque que prevê o tempo há 85 anos

Publicado desde 1929, o almanaque Borda d’Água ainda é impresso numa tipografia tradicional na Rua da Alegria, em Lisboa. Chegou a vender 350 mil exemplares num ano, agora ainda vende 280 mil. Falar do Borda d’Água é falar da tradição e do mundo rural, mas também das hortas de varanda nas cidades e dos jovens agricultores que hoje o compram. Oitenta e cinco anos depois, a estrutura dos conteúdos é a mesma e uma versão digital está fora de causa.

A impressão é feita em folhas grandes, que são depois dobradas nas máquinas antigas Joana Bourgard
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A impressão é feita em folhas grandes, que são depois dobradas nas máquinas antigas Joana Bourgard

Publicado desde 1929, o almanaque Borda d’Água ainda é impresso numa tipografia tradicional na Rua da Alegria, em Lisboa. Chegou a vender 350 mil exemplares num ano, agora ainda vende 280 mil. Falar do Borda d’Água é falar da tradição e do mundo rural, mas também das hortas de varanda nas cidades e dos jovens agricultores que hoje o compram. Oitenta e cinco anos depois, a estrutura dos conteúdos é a mesma e uma versão digital está fora de causa.

Criado em 1929 por Manuel Rodrigues, que fundou a Editorial Minerva dois anos antes, o Borda d’Água começou por ter apenas uma folha
Criado em 1929 por Manuel Rodrigues, que fundou a Editorial Minerva dois anos antes, o Borda d’Água começou por ter apenas uma folha Joana Bourgard
Chamavam-lhe “a folhinha”, e assim foi conhecido durante algum tempo
Chamavam-lhe “a folhinha”, e assim foi conhecido durante algum tempo Joana Bourgard
Nessa altura, os livros da editora consistiam também em “folhinhas”, distribuídas porta a porta
Nessa altura, os livros da editora consistiam também em “folhinhas”, distribuídas porta a porta Joana Bourgard
O fundador do almanaque foi também o primeiro director e responsável pelos conteúdos
O fundador do almanaque foi também o primeiro director e responsável pelos conteúdos Joana Bourgard
Mais tarde, em 1948, entrou Artur Campos, a pessoa que mais marcou a história do Borda d’Água, segundo a editora
Mais tarde, em 1948, entrou Artur Campos, a pessoa que mais marcou a história do Borda d’Água, segundo a editora Joana Bourgard
As folhas grandes e dobradas distinguem-no dos almanaques falsificados que, por serem fotocopiados, vêm já com as folhas abertas
As folhas grandes e dobradas distinguem-no dos almanaques falsificados que, por serem fotocopiados, vêm já com as folhas abertas Joana Bourgard
Publicado anualmente, há uma página dedicada a cada um dos 12 meses do ano
Publicado anualmente, há uma página dedicada a cada um dos 12 meses do ano Joana Bourgard
Os conteúdos de cada almanaque começam a ser preparados em Janeiro ou Fevereiro do ano anterior
Os conteúdos de cada almanaque começam a ser preparados em Janeiro ou Fevereiro do ano anterior Joana Bourgard
Para Janeiro de 2014, por exemplo, o almanaque aconselha a semear alface romana, couve-repolho e rabanete
Para Janeiro de 2014, por exemplo, o almanaque aconselha a semear alface romana, couve-repolho e rabanete Joana Bourgard
A primeira tiragem é feita em Julho: 100 mil exemplares, que ficam prontos em 15 dias e que são todos vendidos até ao fim do mês
A primeira tiragem é feita em Julho: 100 mil exemplares, que ficam prontos em 15 dias e que são todos vendidos até ao fim do mês Joana Bourgard
Logo a seguir à primeira tiragem, há outra de 100 mil exemplares
Logo a seguir à primeira tiragem, há outra de 100 mil exemplares Joana Bourgard
Todos os anos, a editora encomenda 600 resmas de papel reciclado, com 500 folhas cada
Todos os anos, a editora encomenda 600 resmas de papel reciclado, com 500 folhas cada Joana Bourgard
A estrutura dos conteúdos foi sempre a mesma ao longo do tempo
A estrutura dos conteúdos foi sempre a mesma ao longo do tempo Joana Bourgard
Antes do 25 de Abril, não havia o juízo do ano na última página, havia apenas uma canção
Antes do 25 de Abril, não havia o juízo do ano na última página, havia apenas uma canção Joana Bourgard
Publicado desde 1929, o almanaque ainda é impresso numa tipografia tradicional na Rua da Alegria, em Lisboa
Publicado desde 1929, o almanaque ainda é impresso numa tipografia tradicional na Rua da Alegria, em Lisboa Joana Bourgard
Chegou a vender 350 mil exemplares num ano, agora ainda vende 280 mil
Chegou a vender 350 mil exemplares num ano, agora ainda vende 280 mil Joana Bourgard
Falar do Borda d’Água é falar da tradição e do mundo rural, mas também das hortas de varanda nas cidades e dos jovens agricultores que hoje o compram
Falar do Borda d’Água é falar da tradição e do mundo rural, mas também das hortas de varanda nas cidades e dos jovens agricultores que hoje o compram Joana Bourgard
Oitenta e cinco anos depois, a estrutura dos conteúdos é a mesma e uma versão digital está fora de causa
Oitenta e cinco anos depois, a estrutura dos conteúdos é a mesma e uma versão digital está fora de causa Joana Bourgard
Na gráfica, o almanaque é feito por duas máquinas
Na gráfica, o almanaque é feito por duas máquinas Joana Bourgard
Uma para a impressão e outra para a dobragem
Uma para a impressão e outra para a dobragem Joana Bourgard
No final, é à mão que se coloca uma folha dobrada dentro de outra
No final, é à mão que se coloca uma folha dobrada dentro de outra Joana Bourgard
Narcisa Fernandes começou a trabalhar na Minerva com 13 anos, através da mãe, também funcionária da editora
Narcisa Fernandes começou a trabalhar na Minerva com 13 anos, através da mãe, também funcionária da editora Joana Bourgard
A sua função era carimbar à mão a ferradura vermelha, na capa do almanaque
A sua função era carimbar à mão a ferradura vermelha, na capa do almanaque Joana Bourgard
Nove horas por dia, seis dias por semana, durante seis anos
Nove horas por dia, seis dias por semana, durante seis anos Joana Bourgard
É entre o movimento das pessoas que sobem e descem a Rua Garrett, em Lisboa, que o senhor Pires, como é conhecido, vende o Borda d’Água
É entre o movimento das pessoas que sobem e descem a Rua Garrett, em Lisboa, que o senhor Pires, como é conhecido, vende o Borda d’Água Joana Bourgard
De vez em quando, sobe até ao Bairro Alto, à livraria da Editorial Minerva e compra no máximo 15 exemplares “para não andar muito carregado”
De vez em quando, sobe até ao Bairro Alto, à livraria da Editorial Minerva e compra no máximo 15 exemplares “para não andar muito carregado” Joana Bourgard
Cada um custa-lhe um euro e é vendido por dois. “A reforma é pouca. Vender uns quatro ou cinco dá pelo menos para uma refeição”
Cada um custa-lhe um euro e é vendido por dois. “A reforma é pouca. Vender uns quatro ou cinco dá pelo menos para uma refeição” Joana Bourgard
Ilídio Carreira trabalha há 19 anos nas sementeiras da família e assegura a produção anual de 600 toneladas de nabo e 200 toneladas de beterraba
Ilídio Carreira trabalha há 19 anos nas sementeiras da família e assegura a produção anual de 600 toneladas de nabo e 200 toneladas de beterraba Joana Bourgard
Há cerca de quatro anos, começou a comprar o Borda d’Água, onde assinala com círculos os dias em que deve semear
Há cerca de quatro anos, começou a comprar o Borda d’Água, onde assinala com círculos os dias em que deve semear Joana Bourgard
“É um dos meus empregados, o senhor Guilherme, que o compra todos os anos na Feira de São Martinho, no Sobral de Monte Agraço.”
“É um dos meus empregados, o senhor Guilherme, que o compra todos os anos na Feira de São Martinho, no Sobral de Monte Agraço.” Joana Bourgard
“O almanaque também fala na diária do tempo, mas isso não bate assim tão certo”
“O almanaque também fala na diária do tempo, mas isso não bate assim tão certo” Joana Bourgard
Habituado ao campo, não hesita em lembrar o quão duro o trabalho pode ser
Habituado ao campo, não hesita em lembrar o quão duro o trabalho pode ser Joana Bourgard
Os nabais a perder de vista são interrompidos pelas enormes torres eólicas instaladas nos terrenos devido ao muito vento que por ali passa
Os nabais a perder de vista são interrompidos pelas enormes torres eólicas instaladas nos terrenos devido ao muito vento que por ali passa Joana Bourgard
Ilídio diz que é pela liberdade que gosta tanto daquilo que faz. Mas nunca ganharam tão pouco como agora
Ilídio diz que é pela liberdade que gosta tanto daquilo que faz. Mas nunca ganharam tão pouco como agora Joana Bourgard