La Seda de Barcelona pede liquidação para avançar com venda controlada de áreas de negócio
Pedido de protecção de credores já tinha sido entregue em tribunal no Verão.
Em comunicado enviado à entidade supervisora da bolsa espanhola, a CNVM, a administração da empresa, presidida pelo empresário português Carlos Moreira da Silva, refere que “a decisão de solicitar a abertura da fase de liquidação foi adoptada por ser considerada, nas circunstâncias actuais, a melhor alternativa para proteger o valor dos activos da LSB”.
O comunicado da empresa, que já no Verão tinha avançado com o pedido de protecção de credores, adianta que o pedido de liquidação tem “o objectivo de facilitar um processo controlado de venda dos negócios da sociedade, garantindo a sua continuidade”.
A empresa catalã, que tem passado por um longo e problemático conflito entre accionistas e credores, refere no texto envidado à CNVM que existem “diversas manifestações de interesse e ofertas recebidas pelos referidos negócios”.
O pedido voluntário à protecção de credores, avançado em Junho, foi justificado pela impossibilidade de alcançar um acordo para o refinanciamento de um empréstimo sindicado de 235 milhões de euros, para garantir a reestruturação da sua dívida.
A situação financeira da empresa e das suas 12 filiais é problemática. De acordo com informação prestada pela empresa à CNVM, a La Seda apresenta património negativo de 111,8 milhões de euros, activos no valor de 624,2 milhões de euros e créditos reclamados no valor de 736,1 milhões de euros.
De acordo com a Imprensa espanhola, o projecto da administração do grupo, liderado por Carlos Moreira da Silva, passará pela manutenção do negócio de embalagem, o mais lucrativo, desfazendo-se do negócio químico, o mais tradicional do grupo catalão. Este plano significa a venda das fábricas em El Prat, sede do grupo, e em Tarragona.
O plano de liquidação terá de ser aprovado pelo juiz e ainda não é conhecido. Apesar da referência feita no comunicado, os eventuais interessados em alguns negócios também não foram revelados.
Depois de um longo braço-de-ferro com o fundo de investimento Anchorage pela liderança da petroquímica, Moreira da Silva voltou a ter a confiança dos accionistas e a assumir a presidência da empresa na assembleia geral de Junho.
Actualmente, o maior accionista da empresa, com 20%, é a BA PET, detida pela portuguesa BA Vidros e de que Carlos Moreira da Silva é o maior accionista individual. A Caixa Geral de Depósitos é a segunda maior accionista, controlando quase 15%.