PCP diz que Frente Atlântica do Porto, Matosinhos e Gaia é propaganda dos três autarcas

Responsável pela organização regional do Porto do PCP lembra que as três câmaras nem se pronunciaram sobre esta aliança.

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Os autarcas do Porto, Gaia e Matosinhos reuniram-se em Dezembro com o presidente da RTP, para defenderem o centro de produção do Norte Bárbara Raquel Moreira

À agência Lusa, o responsável da Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP, Jaime Toga, começou por explicar que "faz falta e é necessária a cooperação intermunicipal" e que o partido defende que ela exista. "Uma coisa é a cooperação intermunicipal, outra coisa é aquilo que foi apresentado pelo chamado grupo da Frente Atlântica do Porto que mais não é do que um espaço de promoção e protagonismo dos três presidentes de câmara", criticou.

A 12 de dezembro, os presidentes das câmaras do Porto, Gaia e Matosinhos assinaram a carta de Compromisso dos Municípios da Frente Atlântica, um documento que pretende afirmar-se como "uma ferramenta transmunicipal para implementar uma estratégia de políticas territoriais, em áreas fundamentais". Jaime Toga afirmou que "este compromisso dos municípios da Frente Atlântica do Porto é uma manobra de propaganda".

"O que esta frente está a servir é para criar uma cortina sob as responsabilidades políticas quer do Governo e dos partidos que sustentam o Governo, quer depois dos autarcas que aqui se afirmam os grandes defensores do Norte mas depois, na prática, estão a validar as políticas que são seguidas", alertou.

O membro da comissão política do Comité Central do PCP acusa os três autarcas - a quem chamou de "alegados defensores do Norte" - não se pronunciaram sobre dois temas prioritários: a extinção de freguesias e regionalização. de deixarem de fora questões essenciais,

Sobre a possibilidade da formalização de uma associação de municípios, Jaime Toga considera que "é uma forma de desvalorização do papel da área metropolitana do Porto, que contribui para acentuar o ataque que o Governo já desferiu às próprias áreas metropolitanas". "É um compromisso assinado entre os três presidentes de câmara e que não foi sequer sujeito a qualquer consideração ou discussão dos executivos e assembleias municipais", criticou ainda.