Há qualquer coisa de admiravelmente melancólico e de teimosamente “contra a corrente” nesta história de um zé-ninguém que as circunstâncias impediram de cumprir os sonhos e que quase sem dar por isso se vê envolvido na aventura da sua vida. Ao mesmo tempo uma fábula profundamente clássica (e profundamente americana) sobre as “coisas pequenas” que constroem o tecido quotidiano, e um lamento nostálgico pela humanidade do analógico que ironicamente só a tecnologia digital permitiria concretizar assim, A Vida Secreta de Walter Mitty é aquela coisa raríssima de encontrar no cinema americano contemporâneo: uma alta comédia adulta e inteligente que trata os seus espectadores à altura de homem e que diz o que tem a dizer sobre os tempos em que vivemos com um sorriso nos lábios mas sem papas na língua. É, em nosso entender, o melhor filme de Ben Stiller e a grande surpresa deste final de ano.
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