No seus filmes menos “empenhados” Spike Lee até costuma ter mãos ágeis, capazes de se atirarem ao “entertainment” escapista e ao modo de fazer da indústria com uma eficácia nada despicienda. Mas talvez Old Boy, remake do violentíssimo filme coreano de Park Chan Wook, seja terreno demasiado estranho a Spike Lee (que de facto, não tem nenhum filme minimamente parecido com este). Porque se o filme é violento, é também violentamente impessoal, apenas uma máquina a mexer-se sozinha, incólume a qualquer marca idiossincrática. Que talvez estivesse, diga-se em eventual abono de Spike Lee, na sua montagem inicial, reduzida em meia-hora (e à revelia dele) pelos produtores. Certo é que aqui não está nada para além de rotina desinteressante, incapaz até de dar uma razão ao “remake”, cujos sadismo e sanguinolência faziam um sentido preciso no filme de Park (unindo a cultura oriental a Shakespeare, por exemplo), e aqui são meros trejeitos, artificiais, formatados, e finalmente gratuitos.
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