Benfica fez apenas o estritamente suficiente para não sofrer sobressaltos em Setúbal

“Encarnados” colam-se ao FC Porto no primeiro lugar após triunfo no Bonfim sobre o Vitória de Setúbal por 2-0.

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FRANCISCO LEONG/AFP

A equipa de Jorge Jesus fez o que lhe competia e fechou o ano sem ceder terreno face aos rivais no topo da classificação. Mas fê-lo sem brilhar, depois de uma primeira parte fraquíssima. O “sabor amargo que não deve ser esquecido” de que falava o presidente do Benfica na mensagem de balanço do ano quase se tornava mais amargo.

A jogar de forma lenta e previsível, o Benfica nunca conseguiu ameaçar os sadinos. Faltavam ideias ao meio-campo, faltava um elemento que transportasse a bola e estabelecesse a ligação com os jogadores mais avançados. Na segunda parte, as coisas melhoraram ligeiramente para os “encarnados”, o suficiente para quebrar a resistência do V. Setúbal, fazer dois golos e garantir os pontos em disputa.

Jorge Jesus voltou a marcar presença no banco de suplentes, após ter cumprido castigo. O técnico fez duas alterações à equipa relativamente ao triunfo sobre o Olhanense, a principal delas a estreia de Oblak como titular na baliza do Benfica, no lugar do lesionado Artur. Para além do guardião esloveno, assinalou-se ainda o regresso de Enzo Pérez ao “onze”, por troca com o jovem Ivan Cavaleiro.

Os motivos de interesse da primeira parte nem chegaram a ser escassos: simplesmente não existiram. O Benfica deixou-se enredar na teia armada pelo Vitória e é significativo que tenha terminado os primeiros 45 minutos sem um remate sequer para amostra. A única ocasião em que o guarda-redes sadino teve trabalho foi a afastar a bola da área num pontapé de canto — e mesmo isso apenas aos 41’.

Na baliza contrária Oblak também não teve nada para fazer. Mas foi na área “encarnada” que se viu o mais parecido com um lance de perigo: o remate de Miguel Pedro foi interceptado por Luisão (16’). Numa noite fria, os adeptos teriam agradecido algum calor vindo do relvado.

É certo que as coisas não melhoraram muito, mas no segundo tempo o Benfica mostrou uma cara ligeiramente melhor. Os “encarnados” conseguiram finalmente fazer um remate à baliza do V. Setúbal — Kieszek segurou o remate de Gaitán aos 51’ — e chegaram à vantagem poucos minutos depois. Quase de surpresa, Rodrigo surgiu sozinho na área a corresponder de cabeça ao cruzamento de Gaitán.

A equipa da casa só ameaçou a baliza do Benfica aos 66’, com um remate rasteiro de Pedro Tiba que saiu fácil para Oblak. Mas a formação orientada por José Couceiro também mostrou muito pouco. E, instantes depois, viu a desvantagem avolumar-se. Dani cortou um remate de Matic com a mão e na grande penalidade correspondente Lima não perdoou. Sem deslumbrar, o Benfica venceu em Setúbal. Mas se quiser realmente lutar pelo título vai ter de fazer muito melhor.
 

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