ONU faz pedido-recorde de 6500 milhões de dólares para ajudar a Síria

Em 2014, pode haver 4,1 milhões de refugiados – o dobro dos que este ano estão fora do país, em fuga da guerra civil.

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Tem nevado no Médio Oriente: aqui no campo de refugiados sírios em Arsal, no vale de Bekaa, no Líbano MOHAMMED AL-KHATIEB/AFP

“Em Março de 2012, falava-se de um milhão de vítimas que precisavam de ajuda na Síria, alguns meses depois de 6,5 milhões, e hoje de 9,5 milhões”, explicou Valerie Amos, coordenadora da Ajuda Humanitária da ONU. Para 2014, prevê-se que 660 mil sírios sejam albergados em campos de refugiados, e que 3,4 milhões encontrem abrigo junto de particulares noutros países, como o Egipto, o Iraque, a Jordânia, o Líbano ou a Turquia, dizem as Nações Unidas. 

Mas é preciso ajudar também quem vive ainda no interior do país que está a ser destruído pela guerra civil: fornecer alimentos, abrigo, medicamentos e cuidados de saúde – está em curso uma campanha de vacinação contra a poliomielite, uma doença que ressurgiu na Síria este ano – água potável e educação a milhões de sírios.

“O número cada vez maior de pessoas que têm de abandonar as suas casas por causa da guerra e que se tornam refugiados, mesmo que não ultrapassem as fronteiras da Síria, está a gerar necessidades maiores em todos os sectores e a levar ao limite as capacidades dos países vizinhos, com profundas consequências ao nível regional”, diz o pedido de ajuda das Nações Unidas.

António Guterres, alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, apelou a que as fronteiras permaneçam abertas, apesar do fluxo crescente de refugiados, famílias inteiras que fogem colocando-se nas mãos de passadores e traficantes, que qualificou como “os maiores criminosos do mundo actual.”

Para a totalidade das suas operações humanitárias, as agências da ONU precisam de 12.900 milhões de dólares para ajudar 52 milhões de pessoas, nas 17 maiores crises humanitárias do mundo, para além da Síria. Na assistência internacional à Síria estão envolvidas 108 agências da ONU, bem como a Organização Internacional das Migrações e numerosas organizações não-governamentais. Mas o dinheiro não tem chegado: em 2013, apenas houve financiamento para 67% do programa, diz a AFP.
 

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