Centro de Reabilitação do Norte deve começar a funcionar ainda neste mês

Misericórdia do Porto está a tentar resolver os problemas dos acessos e transportes na zona com a Câmara de Gaia e a STCP.

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A obra de construção está concluída desde Julho de 2012 Adriano Miranda/Arquivo

"A primeira tarefa será a do equipamento da unidade, para, de imediato, disponibilizar 40 camas de internamento e também para podermos pôr os ginásios ao dispor das pessoas para a medicina física e de reabilitação. Pretendemos também iniciar ainda este ano a marcação de consultas externas", disse António Tavares.

A Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) vai assumir por três anos a gestão do Centro de Reabilitação do Norte (CRN), em Vila Nova de Gaia, estando prevista a transferência, aprovada em Conselho de Ministros, de 27,6 milhões de euros para o efeito.

Pronta desde Julho de 2012, a obra do novo CRN foi lançada em Junho de 2010 pela então ministra da Saúde, Ana Jorge, e a empreitada apresentava então um custo previsto de cerca de 32 milhões de euros e deveria estar concluída em "22 a 24 meses". O Centro de Reabilitação do Norte é uma unidade que vai receber doentes de toda a região Norte e que visa beneficiar os utentes portadores de défices, incapacidades e limitações, de programas de reabilitação validados cientificamente.

"O plano é que em meados de 2014, o centro fique a funcionar em velocidade cruzeiro, com as suas cem camas de internamento e com todo o seu potencial de consultas a funcionar, mas eu gostava de abrir o CRN ainda antes do Natal", sublinhou o provedor da SCMP, apontando o próximo dia 20, como a data prevista. O provedor lembrou que, ao abrigo do contrato assinado com o Estado, a SCMP tem dois meses para abrir o centro. "Se conseguirmos antecipar a data em quase mês e meio, já é um esforço muito grande para todas as partes envolvidas", frisou.

Uma das acções já programadas, embora ainda sem data, é convidar os directores de todos os hospitais da região Norte a visitarem a nova unidade hospitalar, pretendendo-se também envolver neste processo a Câmara de Gaia e a STCP. "Estamos a tentar resolver o problema das acessibilidades e dos transportes ao centro, que não existem ou são muito reduzidos", sublinhou.

No que se refere aos recursos humanos, o acordo assinado com o Governo estipula que "cerca de 30 por cento do quadro de pessoal virá da função pública. O restante pessoal será oriundo da rede da SCMP, nomeadamente do Hospital de Prelada. Só depois é que iremos ver se há necessidade de recrutar mais pessoal", afirmou o provedor.

Em termos de postos de trabalho indirectos, nomeadamente para as áreas da segurança, limpeza e restauração, a SCMP estima criar "cerca de uma centena" de empregos.

Uma das áreas em que o CRN procurará "evoluir" será ao nível da reabilitação cardíaca e da reabilitação respiratória, por serem "áreas muito secundarizadas na região, assim como serão criadas condições para que os deficientes tenham a possibilidade de tirar a carta de condução".

Uma das apostas é fazer investigação relacionada com as patologias a que o CRN irá dar resposta. Nesse sentido, o provedor disse que têm sido feitos contactos com a Faculdade de Medicina do Porto e com associações do sector, nomeadamente com a associação dos doentes com lesões medulares e cranioencefálicas e com a associação dos enfermeiros de reabilitação.

"Vamos procurar ter com eles uma boa parceria de cooperação, pensamos que podemos inovar e trazer contributos positivos para este sector", acrescentou.