Reabilitação da Quinta do Correio-Mor em Loures vai custar 350 milhões de euros
Projecto privado estava orçado em 500 milhões, mas a crise fez baixar o investimento. Câmara destaca vantagens turísticas para o concelho.
A construção de um hotel, de um centro de congressos e de um pólo de saúde está prevista no plano de reabilitação dos terrenos pertencentes à Quinta do Correio-Mor, do qual faz parte um palácio do século XVIII, classificado como imóvel de interesse público. Os terrenos contemplam uma área total de 192,50 hectares.
Um projecto para a reabilitação da Quinta do Correio-Mor já tinha sido apresentado em 2009, e na altura os responsáveis previam investir ali 500 milhões de euros. "A conjuntura económica mudou e tornou-se bastante adversa. Tivemos de repensar o projecto", disse à Lusa o presidente do conselho de administração do fundo imobiliário Capital Real, Armando Martins, do grupo Fibeira, proprietário do palácio e promotor do projecto.
O responsável sublinhou que a prioridade vai para a criação de um pólo de saúde que junte empresas ligadas à investigação científica e à tecnologia. "Queremos aproveitar o facto de dispormos do hospital de Loures a poucos metros para incentivarmos as empresas do ramo a investir neste projecto", afirmou.
Por seu turno, o vereador responsável pelo pelouro da Gestão Urbanística na Câmara de Loures, Tiago Matias (CDU), realçou que o projecto pode dar "maior visibilidade" ao concelho.
"Além de conferir viabilidade e sustentação ao património da Quinta do Correio-Mor, constituirá uma relevante âncora à fixação de novas e variadas actividades turísticas, assim como de novas empresas", afirmou o autarca.
Tiago Matias adiantou que, além de vantagens turísticas, a requalificação daquele espaço vai permitir melhorar as acessibilidades para o hospital de Loures, com a abertura de uma nova via e a criação de mais espaços verdes.
Os promotores acreditam que o projecto deverá estar concretizado num prazo de dez a 15 anos.
A vida do palácio, construído no século XVIII, está ligada à aquisição do título de "correio-mor", comprado em 1606 pelo banqueiro Luís Gomes da Matta por 70.000 cruzados ao rei Filipe II.