A sua ascensão ao topo da hierarquia partidária assinala uma dupla novidade: pela primeira vez, os militantes da Liga do Norte escolheram o seu líder em eleições primárias, votando num candidato que, apesar de ter feito toda a sua carreira política na formação de direita, não esteve na sua fundação.

Com 40 anos, Matteo Salvini sobrepôs-se com 82% dos votos ao ex-líder Umberto Bossi, um dos patriarcas da Liga e implicado num escândalo de corrupção e financiamento que envolve verbas públicas e dinheiros do partido, alegadamente utilizadas para despesas pessoais e obras na sua casa particular. Bossi demitiu-se da direcção da Liga em Abril e assumiu o cargo de presidente honorário do partido. A tentativa agora de recuperar a liderança efectiva não resultou.

Tão polémico quanto o seu antecessor, Salvini tem um discurso duro contra a imigração e também contra a União Europeia, que acusa de impor tantas regras aos seus estados membro que as populações agora vivem como num gulag. É também um feroz opositor do ministério da Integração criado pelo actual Governo, e da sua responsável Cécile Kyenge, nascida na República Democrática do Congo.

 Nas últimas eleições, a Liga do Norte caiu dos 10% para os 4%.