Ribeiro e Castro critica discurso do "protectorado" de Paulo Portas
Não é boa política gritar contra estrangeiros, quando o mal está cá dentro
No seu discurso nas cerimónias oficiais do 1º de Dezembro, o deputado do CDS-PP voltou a defender a restauração do feriado e garantiu que o movimento vai continuar a lutar para que isso aconteça. “Se nunca há uma boa altura para acabar com o 1º de Dezembro, o único feriado em que celebramos o valor fundamental da independência nacional, este tempo desgraçado e acabrunhado foi um momento particularmente mau para o fazer”, afirmou.
O parlamentar centrista criticou uma expressão muito utilizada pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, líder do seu partido, de que Portugal está sob protectorado. ”Nós não estamos sob protectorado. Isso não é tecnicamente correcto. E, se fosse verdadeiro, seria ainda pior. (…) O discurso lamuriento do protectorado impede e bloqueia aquela política europeia assertiva de que precisamos há tanto tempo, uma política para a Europa, uma política para Portugal”, disse, criticando “quem aprecie repetir, dia sim, dia, que estaríamos até num quadro de protetorado”.
O deputado do CDS-PP criticou ainda os constantes ataques à troika e defendeu que a responsabilidade da situação do país é interna.
“Os nossos invasores são os que nos endividaram para além do tolerável: o Estado, o sistema financeiro, outros ainda. Não é boa política gritar contra estrangeiros, quando o mal está cá dentro, e temos de o superar e resolver pela reforma do Estado e reorientação da economia, Não é sensato culparmos estrangeiros em vez dos nossos maus governos, por cuja eleição só nós somos responsáveis”, disse.