FC Porto teve o apuramento na mão, mas voltou a mostrar-se incompetente
Uma vitória deixava os “dragões” no segundo lugar do Grupo G da Liga dos Campeões, mas a equipa de Paulo Fonseca não conseguiu melhor do que um empate a um golo frente ao modesto Áustria Viena.
Uma hora antes do pontapé de saída no Dragão, os adeptos portistas que já estavam descrentes no apuramento voltaram a ver uma luz ao fundo do túnel. A mais de três mil quilómetros de distância, o Atlético de Madrid, apesar de se ter apresentado com equipa repleta de habituais suplentes, não tinha facilitado frente ao Zenit, foi competente e, com o empate a um golo entre russos e espanhóis, os “dragões” voltavam a ter o apuramento na mão. Para isso, no entanto, era indispensável que a equipa de Paulo Fonseca derrotasse os austríacos. Mas, após mais uma sôfrega exibição portista, a “faca e o queijo” volta a estar do lado russo.
Num jogo que era decisivo, Fonseca surpreendeu. Pela primeira vez esta época em jogos do campeonato e Liga dos Campeões, o treinador abdicou de Otamendi, apostando em Mangala e Maicon. Mas o técnico tinha mais surpresas guardadas na manga: Licá, que apenas tinha sido titular uma vez nas últimas sete partidas, voltou ao “onze”, relegando Varela para o banco. A aposta de Fonseca revelou-se um bluff.
Com estas opções — a troca de Herrera por Defour já era esperada —, o FC Porto ganhou rigor táctico, mas perdeu criatividade, velocidade e acutilância ofensiva, ficando órfão das arrancadas de Alex Sandro pela esquerda para criar desequilíbrios. Com isso, ganhou o Áustria Viena. Nenad Bjelica, treinador dos austríacos, não escondeu que a sua táctica passava por “manter o nulo o maior tempo possível”, para deixar os jogadores portistas “nervosos” e os adeptos “descontentes”, mas Bjelica teve muito mais do que isso. Logo aos 11’, um disparate de Danilo colocou a bola nos pés de Kienast e o gigante austríaco, com um remate a quase 30 metros, inaugurou o marcador. Ao fim de 371 minutos na Liga dos Campeões, o modesto Áustria Viena festejava o primeiro golo na prova.
Pressionado, sem ideias e quase sempre pelo lado esquerdo, o FC Porto partiu à procura do empate e Jackson (13’ e 37’) e Defour (22’) estiveram perto de marcar, mas na baliza austríaca Lidner começava a destacar-se. Com quase 60% de posse de bola e 11 remates, os “dragões” foram para o intervalo sob o primeiro coro de assobios da noite.
No recomeço, Fonseca rectificou um dos erros iniciais: Varela entrou para o lugar de Defour. O FC Porto passava finalmente a ter um extremo capaz de criar desequilíbrios e, três minutos depois, após um canto, Jackson fez o empate. Com quase toda a segunda parte por jogar, a indispensável vitória parecia estar outra vez ao alcance dos “azuis e brancos”, mas o acerto de Lidner e a sofreguidão portista na hora do remate mantiveram o empate até final.
Apesar do caudal ofensivo, traduzido pelos 22 remates à baliza austríaca, o FC Porto voltou a mostrar-se demasiado dependente de Jackson e, sem mais ninguém para fazer a diferença na frente, o modesto Áustria Viena foi-se livrando das aflições.
O FC Porto fica agora dependente do que os austríacos serão capazes de fazer frente ao Zenit, mas para isso terá que fazer muito melhor em Madrid, mesmo contra os habituais suplentes do Atlético.
Resultados e classificação
Grupo G
Zenit S. Petersburgo-Atlético de Madrid, 1-1
FC Porto-Austria Viena, 1-1
1.º Atlético de Madrid, 5 jogos/13 pontos
2.º Zenit S. Petersburgo, 5/6
3.º FC Porto, 5/5
4.º Austria Viena, 5/2
Última jornada: Austria Viena-Zenit S. Petersburgo; Atlético de Madrid-FC Porto