Grupo quer Mota-Engil África em bolsa numa praça europeia

Lucros da Mota-Engil sobem 50% até Setembro para 37,9 milhões.

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A Mota-Engil vai propor a entrada em bolsa da subholding Mota-Engil África numa praça europeia fora de Portugal com o objectivo de aceder "a um mercado financeiro mais global", disse à Lusa o presidente executivo.

"O grupo está organizado em regiões e relativamente à Mota-Engil África, esta está a ter um desempenho muito interessante e há uma atractividade cada vez maior dos investidores pelo seu potencial de crescimento", explicou Gonçalo Moura Martins.

Por isso, "entendemos que é oportuno que o Conselho de Administração apresente aos accionistas, em assembleia geral, a possibilidade da Mota-Engil África ser cotada numa praça europeia", acrescentou.

Questionado sobre qual a praça europeia, Gonçalo Moura Martins não avançou pormenores, sublinhando apenas que não será em Portugal.

A região de África representa mais de 40% do volume de negócios da construtora portuguesa.

Com a entrada em bolsa da subholding africana, a Mota-Engil entra numa "nova forma de abordar o mercado de capitais", acrescentou.

Segundo Gonçalo Moura Martins, será "uma nova fase importante para diversificar fontes de financiamento do grupo e vai, obviamente, expor o grupo perante outros mercados que não apenas o português", o que permitirá "outro músculo financeiro".

A concretizar-se a entrada em bolsa da Mota-Engil África, que deverá acontecer até final do primeiro semestre do próximo ano, de acordo com o presidente executivo, a construtora passará a ter acesso a "um mercado financeiro mais global, o que é importante para a notoriedade e para o futuro do grupo".

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Mota-Engil adianta que será proposta uma distribuição em espécie aos accionistas da empresa, sujeita a condições, designadamente de cotação prévia, "tendo por objecto ações representativas de cerca de 20% do capital social da Mota-Engil África".

Além disso, a proposta prevê a admissão das acções da subholding à negociação em mercado regulamentado europeu, "de modo a ter acesso a uma comunidade de investidores globais com fortes interesses e apetência pelos negócios desenvolvidos no continente africano, acompanhada da realização de um aumento de capital da Mota-Engil África por entradas em dinheiro", reservado aos accionistas do grupo.

A Mota-Engil irá manter "uma forte participação de controlo, tendo presente a sua unidade de coesão, o seu modelo de negócio e desenvolvimento baseado numa estrutura colaborativa de negócios e geografias".

A Mota-Engil divulgou nesta quinta-feira que os lucros da construtora subiram 50% entre Janeiro e Setembro, face a igual período de 2012, para 37,9 milhões de euros e anunciou operações de capital na sua subholding Mota-Engil África.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Mota-Engil "antecipa o melhor ano operacional do grupo" em 2013 e adianta que a actividade internacional do grupo ultrapassa os 72% do total.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceu 31,1% para 265,8 milhões de euros.