O filme do francês Alain Guiraudie tornou-se numa pequena sensação crítica desde a sua revelação em Cannes 2013. Não é surpresa: um quase-film noir solar e abstracto que transfere a ideia da atracção pelo abismo, da paixão por um criminoso, para uma praia de engates gay, é um filme que se torna gradualmente mais inquietante enquanto invoca Antonioni e De Palma e interroga o desejo, a solidão, o desespero. Mas o rigor controladíssimo e claustrofóbico que Guiraudie manifesta não consegue, contudo, evitar a sensação de que O Desconhecido do Lago peca por falta de ambição, que acaba por se comprazer numa série de estereótipos (do filme gay, do filme negro, do filme de autor) que não questiona tanto como gostaria ou como pensa que faz. Ainda assim, há aqui inteligência a trabalhar.
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