Venda dos CTT poderá gerar encaixe até 580 milhões

Governo definiu intervalo entre 4,10 e 5,52 euros para vender acções da empresa em bolsa.

Foto
Trabalhadores voltaram a fazer greve nesta quinta-feira contra a privatização da empresa Enric Vives-Rubio

Tendo em conta que o executivo definiu um intervalo de preços entre 4,10 e 5,52 euros por cada acção a alienar, de um total de 105 milhões de títulos, a privatização poderá gerar, no máximo, 579,6 milhões de euros. Caso se fique pelo patamar mínimo, a receita para o Estado será de 430,5 milhões. O valor médio de encaixe será, por isso, de 505 milhões.

No comunicado divulgado nesta terça-feira no site do Governo, refere-se que ficou decidido "que o preço unitário das acções a alienar através de oferta pública de venda (OPV) não pode ser inferior a 4,10 euros, nem superior a 5,52 euros" e que "o preço unitário das acções a alienar no âmbito da venda directa institucional não pode ser inferior ao preço unitário das acções a alienar no âmbito da OPV".

Recorde-se que o executivo pretende vender até 70% do capital dos CTT em bolsa, o que corresponde a 105 milhões de acções. E a privatização terá dois capítulos: a alienação de 20% do capital através de uma OPV dirigida a trabalhadores (5,25 milhões de acções, ou seja, 5% da empresa) e a pequenos investidores (15,57 milhões de acções, ou seja, 15% da empresa). No caso dos trabalhadores, o Governo estabeleceu um desconto de 5% na compra de acções.

O remanescente será vendido directamente a instituições financeiras, que ficarão responsáveis pela dispersão em bolsa do capital junto de investidores institucionais. O Governo pretende concluir esta operação no início de Dezembro. Numa audição no Parlamento, o ministro da Economia, António Pires de Lima, avançou que a venda seria concluída até ao final da primeira semana do próximo mês.

Com o intervalo de preços definido pelo Governo, conclui-se que a empresa foi avaliada num mínimo de 615 milhões de euros e num máximo de 828 milhões, caso fosse alienado 100% do capital. 

Esta privatização tem gerado fortes críticas, sobretudo dos partidos da oposição. Os trabalhadores também contestam a venda, que foi acordada com a troika, e têm vindo a protestar contra a decisão do Governo. Depois de uma greve a 25 de Outubro, vão paralisar de novo a 29 de Novembro e ainda a 27, 30 e 31 de Dezembro.

No dia em que aprovou a dispersão da maioria do capital dos CTT em bolsa, o executivo acordou ainda a criação de uma comissão de acompanhamento desta privatização que, tal como o PÚBLICO avançou, será presidida pelo economista João Cantiga Esteves. 

Apesar de 30% do capital dos CTT se manter, para já, nas mãos do Estado (através da holding Parpública), a intenção é alienar esta parcela a médio prazo.

 

Sugerir correcção
Comentar