Reclusos agridem guardas e fogem da cadeia de Castelo Branco durante jantar
Três evadidos feriram três guardas, um deles com uma chave de fendas. Condenados por homicídio e assaltos, saltaram muro após escaparem por portaria interna.
Nesse trajecto, que inclui uma passagem obrigatória por uma das quatro portarias internas da prisão, os reclusos agrediram três guardas com violência. Um deles foi agredido com uma chave de fendas no abdómen e no pescoço, segundo a mesma fonte dos Serviços Prisionais. Os guardas foram transportados para o hospital, sendo que dois já tiveram alta.
Os três elementos, que saltaram o muro para o exterior após saírem do pavilhão da cadeia onde estavam, são caracterizados como perigosos. Um cumpria pena de prisão por homicídio, e já antes tinha sido condenado pelo mesmo crime, outro tinha sido condenado por tentativa de homicídio e o terceiro cumpria pena por assaltos e burlas.
A mesma fonte explicou que todo o efectivo de guardas que integra aquela cadeia, inclusive os que estavam de folga e de férias, se apresentou de imediato ao serviço após terem conhecimento da fuga.
“Um dos colegas agredidos é uma mulher. Não é muito comum os reclusos homens agredirem guardas do sexo feminino, mas há cerca de dois anos que o ambiente nas prisões está tenso e, com a falta de guardas, estas situações são cada vez mais frequentes. A agressão foi violenta, com uma chave de fendas e a punho”, disse ao PÚBLICO o presidente do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional, Júlio Rebelo.
De acordo com o mesmo responsável, durante a noite a portaria principal daquela cadeia que dá acesso ao exterior fica sem qualquer elemento da guarda prisional.
“Este estabelecimento prisional tem condições peculiares de funcionamento. Os reclusos têm de passar por uma das portarias internas para irem para o espaço em que jantam. Isso demonstra a falta de condições de segurança neste estabelecimento, onde também escasseiam guardas. Há postos na cadeia para os quais já não são destacados guardas. Nós sabemos isso, mas os reclusos também o sabem e aproveitam essas debilidades. Já esperávamos que algo semelhante fosse acontecer”, lamentou ainda.
O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.