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Economia voltou a crescer no terceiro trimestre

PIB avançou 0,2% entre Julho e Setembro, prolongando a fase de crescimento que tinha iniciado no segundo trimestre

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Entre Julho e Setembro, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,2% face aos três meses imediatamente anteriores. No segundo trimestre do ano, o crescimento em cadeia tinha sido de 1,1%. Portugal consegue, assim, suster a tendência de retoma iniciada em Abril.

Ainda assim, o PIB continua a estar a um nível inferior ao verificado no mesmo período do ano anterior. A contracção do PIB em termos homólogos foi de 1% no terceiro trimestre do ano, mesmo assim, uma melhoria significativa face à queda de 2% no segundo trimestre (valor que foi agora revisto contra 2,1% da anterior estimativa do INE). Pelo Governo e a troika é esperada uma contracção de 1,8% no conjunto do ano.

Os números agora registados em Portugal estão em linha com o comportamento do conjunto da moeda única, que também apresentou um crescimento em cadeia pelo segundo trimestre consecutivo. Na zona euro, contudo, o crescimento já é simultaneamente positivo em termos homólogos.

A estimativa de contracção de 1,8% apresentada pelo Governo e pela troika para Portugal no total deste ano fica, com este resultado, mais próxima de se atingir. Nas suas previsões de Outono, a Comissão Europeia antecipava para o terceiro trimestre uma variação nula do PIB em cadeia e uma descida de 1,3% em termos homólogos.

Os resultados mais positivos agora registados fazem com que já nem seja preciso que, no último trimestre do ano, Portugal volte a crescer para se cumprir a previsão de -1,8% definida para o total do ano. Se o PIB dos últimos três meses de 2013 não vier a registar qualquer variação em relação ao terceiro trimestre, a economia apresentará uma contracção de 1,6%, melhor do que o previsto.

Consumo recupera, importações também
Só no início de Dezembro é que o INE divulga quais as componentes que estão na base desta variação, limitando-se hoje a publicar a chamada “estimativa rápida” e a indicar factores que contribuem para a trajectória do PIB.

Ainda assim, dá algumas pistas sobre o que poderá ter acontecido durante o terceiro trimestre à economia portuguesa. Por um lado, diz que a procura interna apresentou um contributo menos negativo para a variação homóloga do PIB, em especial devido a uma descida menos forte do consumo das famílias. Por outro lado, revela que o contributo da procura externa líquida (exportações menos importações) deixou de ser tão positivo, afectado sobretudo pelas compras ao exterior.

Esta tendência já se tinha registado no segundo trimestre do ano. Também aí foi à boleia do consumo e do investimentoque a economia cresceu 1,1%, a primeira variação positiva em cadeia desde Junho de 2010.

O menor contributo da procura externa líquida pode surgir como uma surpresa, tendo em conta os indicadores positivos que têm vindo a ser conhecidos sobre a evolução das exportações portuguesas. O problema, deixa claro o INE, está no facto de as importações poderem estar a crescer a um ritmo ainda mais forte. Isto acontece porque, na economia portuguesa, o conteúdo importado dos bens do consumo e investimento é bastante elevado.

Assim, quando estes indicadores recuperam, como foi agora o caso, as importações tendem logo a crescer. Além disso, também as próprias exportações exigem, em muitos casos, que as empresas importem muitos bens e serviços. É o caso, por exemplo, dos combustíveis e dos automóveis, dois bens que têm vindo a ganhar um peso importante nas exportações nacionais.
 
 
 
 
 

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