Portas diz que Portugal tem “data marcada” para finalizar programa, mas “não uma taxa”
Vice-primeiro-ministro contraria declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros sobre taxa de juro para a dívida.
Paulo Portas discursava no Encontro Empresarial Portugal-Colômbia, perante empresários portugueses que já operam ou tencionam vir a operar no mercado colombiano e também perante empresários colombianos que querem trabalhar com Portugal.
E respondia assim ao seu sucessor no cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, que, de visita oficial à Índia, afirmou, no domingo, que Portugal terá que ter um segundo resgate se as taxas de juro a 10 anos não descerem até aos 4,5%. Entretanto, Rui Machete, citado pela Lusa, já veio dizer que apontara a taxa de 4,5% “indicativamente e como mera hipótese” e que esse limite será determinado pelo Governo.
“Faltam sete meses para Portugal terminar o seu programa de assistência. Esse programa tem uma data marcada para se finalizar – não uma determinada taxa, mas sim uma data”, afirmou, peremptório, o vice-primeiro-ministro, sem nunca referir o ministro Rui Machete ou as suas declarações.
Paulo Portas acrescentou que as perspectivas são boas, uma vez que “Portugal está a conseguir reduzir a despesa e vai ter agora a ajuda do crescimento da economia”, realçando: “As exportações portuguesas no terceiro trimestre deste ano cresceram 5,8%. Em Setembro, mês em que as fábricas já decidiram se abrem ou não voltam a abrir, cresceram 9,8%.” As exportações para a Europa cresceram cerca de 6%, para fora da Europa cerca de 17%. “São números fantásticos”, elogiou Paulo Portas. “E porquê? Porque 2012 tinha sido o melhor ano de sempre das exportações; e 2013 está claramente acima do melhor ano de sempre.”
E, confiante, afirmou, fazendo um paralelismo com a luta colombiana contra o tráfico de droga: “Perante uma crise financeira duríssima que nós não queremos ver repetida no horizonte das nossas vidas, Portugal vai conseguir, assim como a Colômbia conseguiu ultrapassar a ameaça do terror e do narcotráfico. Portugal vai certamente conseguir”, vincou.