Marcelo diz que declarações de Machete podem prejudicar o país
Comentador até ficou sem saber o que dizer depois de ouvir o ministro.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou neste domingo, na Índia, que um segundo resgate "é evitável", desde que as taxas de juro a 10 anos igualem ou fiquem abaixo dos 4,5%.
No seu habitual comentário na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que um ministro dos Negócios Estrangeiros “não pode fazer afirmações destas”.
“Uma coisa é dizer numa conversa em privado, outra coisa é em público, na Índia, onde os mercados estão a abrir dentro de algumas horas”, afirmou o antigo presidente do PSD.
“Um ministro dos Negócios Estrangeiros não pode dizer isto. Os mercados e os observadores internacionais olham isto para e dizem: ‘para o Governo, para o primeiro-ministro, o número mítico é 4,5%. Se for acima, resgate. Se for igual ou abaixo não tem resgate’”.
No entanto, o comentador político não vê consequências políticas na sequência destas declarações: “O primeiro-ministro não pode tirá-lo. Também não se pode evitar que ele viaje. Também não se pode evitar que ele fale. Nem sei que dizer e estou a ser de uma caridade cristã enorme, contra o que é o meu costume”.
Destaque para Rio nas presidenciais
Marcelo voltou a falar de presidenciais, desta vez para comentar uma sondagem elaborada para o Expresso sobre os preferidos dos portugueses à esquerda e à direita. O social-democrata, que há duas semanas se disponibilizou para avançar com uma candidatura a Belém se na altura for o melhor colocado, é o primeiro da lista à direita com 29,3% das preferências.
Só que desta vez recusou-se a falar sobre si. Optou por destacar o bom resultado de Rui Rio, que aparece em segundo lugar com 26,4%. Destacou ainda o mau resultado de Durão Barroso (4.º, com 6,9%), muito atrás de Santana Lopes (3.º, com 13,3%).
Para Marcelo, o resultado de Rui Rio deve-se à boa imagem que deixou como presidente da câmara do Porto e o facto de ser associado à recente vitória de Rui Moreira.