Associação de Defesa do Património contra remoção da calçada portuguesa em Lisboa

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Entre os pontos a não perder em Lisboa, os vários miradouros CARLA ROSADO

Numa nota, a ADPLx revela que “irá encabeçar uma petição para a manutenção da calçada portuguesa em Lisboa”.

“A calçada portuguesa é a herdeira directa das pavimentações romanas e a expressão portuguesa dessa tradição, embora os desenhos geométricos conhecidos na actualidade, com pedra escura e branca, tenham sido implementados só em 1842”, escreveu a ADPLx.

Destacando que a calçada portuguesa é uma “’imagem de marca’ de Portugal, concretamente de Lisboa”, a presidente da associação, Aline Hall de Beuvink, defendeu que “não faz qualquer sentido” a remoção da calçada “ao invés de tirar partido desta mais-valia a nível cultural e turístico”.

Aline Hall de Beuvink considerou ainda que “a profissão de calceteiro, uma das ainda poucas profissões típicas da cidade de Lisboa, deveria ser dignificada e fomentada, de forma a criar trabalho em tempo difíceis”.

“A falta de profissionalismo que se tem verificado na colocação da calçada nos últimos anos é que faz com que esta tenha buracos e se danifique com facilidade, acrescentando-se, para isso, a negligência da Câmara Municipal, no que concerne a fiscalização, manutenção e limpeza das mesmas”, acrescentou.

A ADPLx considerou que “dever-se-ia pagar um estudo para melhorar o revestimento da calçada e aperfeiçoar a formação dos calceteiros, e não um estudo para a retirar e substituir, descaracterizando cada vez mais a cidade, e passar a criar guetos turísticos”.

A associação sugeriu ainda para “uma maior mobilidade em Lisboa” a “manutenção e limpeza dos passeios, a proibição de estacionamento de carros e uma melhor fiscalização das zonas pedestres”.

Durante a campanha eleitoral, o presidente da Câmara de Lisboa (PS) propôs a implementação do Plano de Acessibilidade Pedonal, que foi desenvolvido pela autarquia, que prevê a redução da calçada portuguesa em zonas que não são turísticas para a “criação de percursos” acessíveis em zonas íngremes, mas também nas proximidades de comércio ou de centros de saúde.

O objectivo apresentado é o de “remover barreiras” para “trazer a liberdade” a idosos, mas também a pessoas com mobilidade reduzida ou invisuais, “de andar a pé pela cidade”.