Já não se incineram vitelos nos Açores a troco de subsídio da UE
Prática denunciada há quatro anos está extinta.
Jorge Rita, também presidente da Associação Agrícola de São Miguel, garantiu ao PÚBLICO que a situação “neste momento não ocorre” no arquipélago. “Na altura [2009] era justificada por regulação do mercado”, reconhece.
O caso do abate de bezerros nos Açores voltou a ganhar expressão, com a partilha nas redes sociais de uma peça da RTP de 2009, que o PÚBLICO, por erro, reproduziu.
“Agora apenas são efectuados abates e incinerações de bezerros, a partir dos 30 dias de vida”, determinados por razões sanitárias, “nomeadamente devido a más formações congénitas e outras deformações”, frisou Jorge Rita. Em tais casos, “em número reduzido, as patologias diagnosticadas são confirmadas pelos serviços de inspecção, acrescentou.
Contra a incineração de bezerros nos Açores foi feita há dois anos uma petição à Assembleia Legislativa dos Açores, subscrita por cerca de dois mil cidadãos e apoiada pelo Partido pelos Animas e pela Natureza (PAN) regional. O documento denunciava que centenas de animais eram “mortos e incinerados por semana”.
O processo, repudiado na petição, era assim descrito: “Para que as vacas produzam leite provoca-se-lhes ciclos repetidos de inseminação-gravidez-parto. Estes vitelos normalmente seriam vendidos aos criadores de gado de carne. Contudo o número de bezerros é de tal forma elevado, decorrente da produção leiteira, que para não baixar o preço da carne, a Comunidade Europeia e o governo regional dos Açores atribui aos produtores de leite um subsídio de 75 euros a quem entregar bezerros recém-nascidos para serem mortos e incinerados”.
NOTA DA DIRECÇÃO: Por erro nosso, foi publicada inicialmente uma notícia feita com base numa reportagem da RTP emitida em 2009, que induzia os leitores em erro. As nossas desculpas.
Notícia corrigida e actualizada às 15h39
. Foi feito o ponto de situação actual sobre o abate de vitelos nos Açores.