Este risco de luz é um cargueiro espacial que está a morrer
Tal como programado, o veículo automático que abastece a Estação Espacial Internacional e traz de volta o lixo ardeu durante a reentrada na atmosfera terrestre.
O cargueiro espacial, ou veículo automático de transferência (ATV, na sigla em inglês), que não tem assim tripulantes, é um contributo da ESA para a Estação Espacial Internacional. O cargueiro que agora se destruiu na atmosfera da Terra, por cima do oceano Pacífico, é o quarto veículo que a Europa já construi, e tinha um nome emblemático: Albert Einstein. O primeiro, em 2008, foi o Júlio Verne.
O cargueiro Albert Einstein levou sete toneladas lá para cima e, ao longo dos cinco meses que esteve acoplado à Estação Espacial Internacional, foi sendo enchido com 1,6 toneladas de lixo. Quando se desprendeu da estação, a 28 de Outubro, para o derradeiro mergulho na atmosfera da Terra, os seis astronautas que ficaram na casa da humanidade no espaço, prestaram uma homenagem ao físico alemão que serviu de inspiração para o nome do cargueiro. E, em jeito de brincadeira, fotografaram-se a deitar a língua de fora: imitavam uma das fotografias mais famosas do pai da teoria da relatividade, tirada a 14 de Março de 1951, quando Einstein pôs a língua de fora para um fotógrafo à saída do clube onde tinha estado a comemorar os seus 72 anos.
Agora, o fim desta missão é assinalado com outra fotografia tirada a bordo da Estação Espacial Internacional: nela vemos o cargueiro, que se encontrava directamente por baixo dos astronautas, a 100 quilómetros de distância, no momento em que mergulha para a morte, ardendo.